Mais 135 casos de covid-19 em Portugal, menor número desde 11 de maio

O boletim da Direção-Geral da Saúde de hoje indica ainda que morreram mais duas pessoas por causa do novo coronovaírus e ​​​​​​​estão internados 454 doentes, 61 nos cuidados intensivos.
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Em Portugal, nas últimas 24 horas, morreram mais duas pessoas e foram confirmados mais 135 casos de covid-19 (o que representa um crescimento de 0,28% em relação ao dia anterior). É o aumento mais discreto desde o dia 11 de maio, quando foram notificadas 98 infeções. Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta segunda-feira (20 de julho), no total, desde que a pandemia começou registaram-se 48771 infetados, 33547 recuperados (mais 178) e​ 1691 vítimas mortais no país.

Estes números "são de alguma forma representativos do que tem sido o reporte às segundas-feiras, que é mais baixo do que noutros dias da semana. Ainda assim são números bastante encorajadores em relação ao trabalho que temos vindo a fazer", disse a ministra da Saúde, Marta Temido, em conferência de imprensa.

Há, neste momento, 13 533 doentes portugueses ativos a ser acompanhados pelas autoridades de saúde. 56% destes estão na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se continuam a registar a maioria das novas infeções, informou a governante.

108 dos 135 novos infetados (80%) têm precisamente residência na zona da Grande Lisboa. Tal como os dois óbitos notificados no último dia. Apesar disto, Marta Temido acredita que as medidas adicionais aplicadas em 19 freguesias da região "têm dado alguns resultados", com a incidência da doença a diminuir em todas, à exceção de Sintra.

Os restantes casos de hoje estão distribuídos pelo Norte (mais 18), pelo Alentejo (cinco), pelo Centro (quatro). Algarve, Açores e Madeira não registam nenhuma alteração à sua situação epidemiológica.

A taxa de letalidade do país é hoje de 3,5%, subindo aos 16% no caso das pessoas com mais de 70 anos - as principais vítimas mortais.

Esta segunda-feira, estão internados 454 doentes (mais 15 que no dia anterior) e nos cuidados intensivos estão 61 pessoas (o mesmo número que na véspera). Sendo que 382 das 454 hospitalizações (84%) encontram-se na região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo a ministra da Saúde. Marta Temido acrescentou ainda que 66% dos internados dizem respeito à zona metropolitana de Lisboa, ou seja, "aos hospitais que servem os cinco concelhos que têm merecido a nossa maior atenção".

O boletim da DGS de hoje indica também que aguardam resultados laboratoriais 1560 pessoas e estão em vigilância pelas autoridades de saúde mais de 35 mil. O sintoma mais comum entre os infetados é a tosse (que afeta 35% dos doentes), seguida da febre (28%) e de dores musculares (21%).

206 surtos ativos no país

Durante a conferência de imprensa, a ministra da Saúde indicou ainda que o país tem hoje 206 surtos ativos, exatamente o mesmo número que na passada sexta-feira, quando a governante fez o balanço das cadeias de transmissão ativas.

A maioria dos focos da doença situam-se na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde há 131 surtos de covid-19 (menos três que na sexta-feira), especificou a responsável pela pasta da saúde. Seguem-se o Norte (com 41 surtos, o mesmo número que há três dias), o Centro (11, menos duas cadeias de transmissão), o Algarve (13, o mesmo valor) e o Alentejo (dez, mais cinco surtos que na semana passada).

No entanto, tanto a ministra como o subdiretor-geral da Saúde, Diogo Cruz, relembraram que um surto ativo não significa que foram encontrados casos de infeção pelo novo coronavírus "ontem", uma vez que as autoridades de saúde portugueses decidiram dar uma cadeia de transmissão por encerrada só depois de dois períodos de incubação do vírus, ou seja, 28 dias desde a notificação do último caso associado a um surto.

Marta Temido disse ainda que "um dos indicadores que mais tem sido utilizado na comparação entre os países, que é a taxa de incidência nos últimos sete dias, relativamente a Portugal apresenta-se agora nos 19% por cem mil habitantes. É um sinal encorajador, porque mostra que Portugal está já abaixo de uma taxa de incidência de 20 por cem mil habitantes". Isto apesar da taxa de incidência nacional dos últimos 14 dias ser de 43,2% por cem mil habitantes, o que, segundo a ministra, "mostra que precisamos de perseguir os nossos esforços para alinharmos aquilo que são os valores para este indicador com as referencias".

Sobre o número de pessoas que cada infetado contagia ao longo do tempo (medido pelo RT), Marta Temido referiu que este indicador - analisado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) entre os dias 12 e 16 de julho - se encontra agora nos 0,97, "podendo o verdadeiro valor variar entre 0,96 e 0.99%". O que quererá dizer que este número está "numa trajetória decrescente a nível nacional", de acordo com a ministra.

Mais de 600 mil mortos por covid no mundo

O novo coronavírus já infetou mais de 14,6 milhões de pessoas no mundo inteiro até esta segunda-feira e provocou 609 279 mortes, segundo dados oficiais. Há agora 8,7 milhões de recuperados.

No total, os Estados Unidos da América são o país com a maior concentração de casos (3 898 550) e de mortes (143 289). Em termos de número de infetados acumulado no mundo, seguem-se o Brasil (2 099 896) a Índia (1 119 412) e a Rússia (777 486). Portugal surge em 42.º lugar nesta tabela.

Quanto aos óbitos, depois dos Estados Unidos, o Brasil é a nação com mais mortes declaradas (79 533). Depois, o Reino Unido (45 300) e o México (39 184).

As boas máscaras e as que não prestam

Primeiro eram totalmente desnecessárias, e até podiam ser contraproducentes por causa de uma hipotética contaminação, depois passaram a ser importantes, e agora sabe-se que, afinal, são mesmo essenciais para evitar o contágio da SARS-CoV-2 e ajudar a travar a pandemia. A par do distanciamento social e de medidas básicas de higiene, como a lavagem frequente das mãos, as máscaras tornaram-se imprescindíveis e vieram mesmo para ficar - pelo menos enquanto não houver outra forma de prevenir ou tratar a covid-19, com uma vacina ou novos medicamentos.

Um estudo realizado por investigadores portugueses, que avaliaram 49 tecidos passíveis de ser utilizados na produção de máscaras comunitárias, mostra que há tecidos que são melhores do que outros para produzir uma máscara eficaz, e também que o número de camadas usadas não é indiferente.

As melhores opções quanto a têxteis são o tecido não tecido (TNT), do qual são feitas, por exemplo, as batas ou as toucas cirúrgicas, e o algodão em malha jersey, que se pode encontrar em algumas t-shirts. Outro dado importante tem a ver com o número de camadas de que é feita a máscara: terão de ser pelo menos duas para se obter a eficácia necessária.

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