Maioria viabiliza inquérito a submarinos e... não só
Os socialistas aceitaram alargar o objeto de inquérito a vários programas de compras militares e as suas contrapartidas, levando assim o PSD e CDS a aceitarem a viabilização da comissão parlamentar de inquérito.
O deputado do PS, António Braga, notou que assim o projeto de resolução "mais alargado do que inicialmente proposto pelo PS, poderá vir a ter melhores condições políticas para o seu funcionamento".
Pelo CDS, Filipe Lobo d'Ávila, e pelo PSD, Mónica Ferro, concordaram, apontando a importância desse alargamento para manter o consenso numa área como a defesa nacional. "Não há nenhum período eleitoral que ponha em causa esse consenso", avisou o centrista.
A comissão parlamentar vai avaliar "contrato a contrato, programa a programa" (na expressão de Lobo d'Ávila) dos últimos "15 anos", nomeadamente a aquisição dos equipamentos militares EH 101 (helicópteros), P3 Orion (aeronaves), C295 (aeronaves), torpedos (para os submarinos), F16 (modernização destas aeronaves), submarinos e viaturas blindadas Pandur II, como se pode ler no projeto de resolução entregue na quinta-feira na mesa da Assembleia da República e votado esta sexta-feira.
O PS tinha anunciado a 22 de fevereiro - coincidindo com o Congresso social-democrata - a necessidade de realizar este inquérito parlamentar, centrando a sua atenção em negócios do anterior governo de coligação PSD/CDS, de 2002 a 2005, nomeadamente a compra dos submarinos e das Pandur e respetivas contrapartidas.