Lutas tribais na Papua-Nova Guiné fazem 24 mortos

Pelo menos 24 pessoas morreram nos últimos três dias na Papua-Nova Guiné, na sequência de lutas tribais. Entre os mortos encontram-se crianças e grávidas.
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De acordo com uma agência de notícias local, ocorreram pelo menos dois incidentes em pequenas localidades no distrito de Tari-Pori, região de Hela. No domingo, sete pessoas foram mortas em Munima e, na segunda-feira, 16 mulheres e crianças foram golpeadas até à morte em Karida. Duas das mulheres estavam grávidas.

William Bando, administrador da província de Hela, solicitou um reforço de 100 polícias para apoiar os cerca de 40 elementos que já se encontravam na região.

O primeiro-ministro, James Marape, natural desta região, disse tratar-se de "um dos dias mais tristes da [sua] vida", prometendo reforçar a segurança e encontrar e julgar os culpados.

"Como é que uma província com 400 mil habitantes pode funcionar com apenas 60 agentes da polícia nas autoridades, com operacionais militares ocasionais e uma polícia que não faz mais do que manutenção de pensos rápidos", questionou o primeiro-ministro na publicação, garantindo que não tem "medo de usar as medidas mais fortes" para punir "os criminosos que mataram pessoas inocentes. Aos Haguai, Okiru e Liwi, bem como a outros em Tari que têm vivido à custa de matar outros, eu vou atrás de vocês".

O agente da polícia Philip Pimua, responsável pelo centro de saúde da aldeia de Karida, deu o seu testemunho acerca do ataque ao jornal The Guardian.

"Acordei de manhã, fui acender o lume na cozinha e ouvi o som de armas. Depois, vi que algumas casas estavam a arder, pelo que percebi que os inimigos já estavam dentro da aldeia. Fugi e escondi-me nos arbustos. Depois, mais tarde, por volta das 9h ou 10h, voltei e vi os corpos cortados em pedaços e as casas ardidas", disse Pimua, acrescentando que conhecia todas as vítimas, mas que alguns deles estavam tão desfigurados pelo ataque que foi difícil identificá-los - "Estavam cortados aos pedaços. Não conseguimos reconhecer várias partes dos corpos, quais eram de quem."

Violência tribal na Papua-Nova Guiné

As batalhas entre clãs rivais duram há séculos neste país do Pacífico, mas tornaram-se mais mortais com a utilização de armas automáticas. Desconhece-se o motivo dos ataques, mas as rivalidades são frequentemente provocadas por disputas de fronteiras e por situações de roubo e violação.

As províncias da terras altas da Papua-Nova Guiné são muito remotas e as comunidades ainda se baseiam em tradições tribais, desmerecendo um governo central. ​​​​​​​

Atualizado a 10 de julho

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