Luis Fazenda diz que Bloco tem de "tirar conclusões"

Um dos fundadores do Bloco de Esquerda defende que o partido tem de analisar o caso de venda de um imóvel por parte do vereador Ricardo Robles e que a situação é "adversa" para o BE
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Luís Fazenda quer o Bloco de Esquerda a refletir sobre as atividades imobiliárias de Ricardo Robles e a "tirar conclusões". Um dos fundadores do Bloco concorda que a decisão do vereador da Câmara Municipal de Lisboa de colocar à venda por 5,7 milhões de euros um edifício que lhe tinha custado, num negócio em conjunto com a irmã, cerca de um milhão de euros entre a compra e as obras de reabilitação entretanto efetuadas, é criticável.

É assim, uma das primeiras vozes críticas dentro do Bloco à atitude de Ricardo Robles - que se o imóvel tivesse sido vendido ira fazer uma mais-valia de 4,7 milhões de euros - depois de no sábado a coordenadora do partido, Catarina Martins, ter defendido o autarca lisboeta, referindo-se à existência de uma "cabala" visando Robles.

"São circunstâncias que, no Bloco de Esquerda, nós condenamos e que levam à gentrificação", disse ao jornal I. Garantiu ainda que o Bloco "não mudou de ideias nem de políticas" e que não sai "diminuído".

Concorda, todavia, que "a situação é mais adversa" para o partido que tem criticado as politicas relacionadas com a habitação, nomeadamente as relacionadas com o alojamento local.

Aliás, Ricardo Robles fez durante a campanha para as eleições autárquicas do ano passado várias intervenções sobre o tema e publicou diversos post nas redes sociais sobre o tema.

Para Luís Fazenda "as avaliações que faremos vão ter em conta as várias opiniões e a forma como este processo foi entendido". Ao mesmo tempo, frisou achar "muito interessante este movimento que se estendeu a todo o país. Consegui perceber que teve mais eco do que as bravatas de Manuel Pinho" e disse estar pronto para "um debate sobre valores".

Na sexta-feira, Ricardo Robles defendeu-se das acusações de estar a contribuir para a especulação imobiliária em Lisboa dizendo que o edifício já não estava à venda e que iria colocá-lo em propriedade horizontal e colocar as frações que iria receber no mercado de alojamento local. Explicou ainda que há apenas um casal a viver no imóvel e que paga 170 euros por mês.

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