Londres, Colónia e Hamburgo censuram um dos maiores da Áustria

Quadros censurados pelo Metro de Londres e outros institutos públicos são o mais recente exemplo de um movimento que tem dado que falar
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À primeira vista, parece até um golpe publicitário. A mensagem "Tem 100 anos, mas ainda hoje é demasiado ousada" a cortar a pintura onde ela é mais contundente. No entanto, a intenção de censurar é real. Por ocasião do centenário do modernismo austríaco, reproduções de algumas das obras de Egon Schiele, um dos maiores pintores austríacos, foram afixadas em estações de Metro de cidades europeias. E pelo menos três delas consideraram que não podia exibi-las como são: Londres, Hamburgo e Colónia.

Em causa estão quatro reproduções, incluindo "Autorretrato nu" e "A rapariga nua de meias laranja", que o Turismo de Viena escolheu para divulgar o centenário do modernismo, e nomes como Schiele e Gustav Klimt, e o Metro londrino e as cidades de Hamburgo e Colónia consideraram demasiado ousados para serem afixadas na íntegra, por mostrarem órgãos genitais. O Turismo de Viena insistiu com uma campanha publicitária provocadora.

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Em 1900, o próprio Egon Schiele chegou a ser preso por atentado ao pudor, uma vez descobertos os seus quadros de corpos nus e órgãos sexuais explicitamente revelados. Cem anos passados sobre a sua morte, volta a ser censurado. É o mais recente episódio num movimento que pretende impor critérios moralizantes à arte e que já levou à contestação de vários quadros em exibição em museus e pelo menos uma petição para retirar uma obra de Balthus do MET.

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