Londres acolhe recriação do Arco do Triunfo destruído pelo Estado Islâmico
Uma réplica do Arco do Triunfo, um dos mais emblemáticos monumentos destruídos pelo grupo extremista Estado Islâmico na histórica cidade de Palmira, na Síria, foi apresentada hoje em Londres.
A recriação do Arco do Triunfo, com seis metros, está instalada em Trafalgar Square, no centro da capital britânica. A obra foi esculpida na região da Toscana, Itália, recorrendo a tecnologia de precisão digital, como modelagem 3D.
O projeto foi idealizado pelo Instituto de Tecnologia Digital (IDA, na sigla original), sediado em Oxford, uma parceria entre universidades internacionais.
"Os monumentos, como personificação de história, religião, arte e ciência, são repositórios importantes e complexos de narrativas culturais", disse Roger Michel, diretor do instituto, numa declaração divulgada hoje, antes da apresentação da obra.
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"Ninguém deve permitir, nem por um segundo, que os terroristas tenham o poder de apagar tais objetos do nosso registo cultural coletivo", considerou.
Palmira, património mundial da Unesco, conhecida como a "Pérola do Deserto", foi recuperada pelo exército sírio, apoiado pelos russos, ao Estado Islâmico, em março.
A cidade era uma importante atração turística antes do início do conflito sírio, em 2011, famosa pelas suas ruínas, colunas e templos com mais de dois mil anos.
O grupo 'jihadista' ocupou Palmira no ano passado e decapitou o antigo responsável pelas antiguidades, com 82 anos, três meses depois.
Os extremistas destruíram alguns dos monumentos mais importantes e usaram o antigo anfiteatro como um espaço para execuções públicas.
Os restos do Arco do Triunfo, datado da era do imperador romano Severus, no século III, estão espalhados pelo chão, e apenas permanecem de pé as duas colunas que sustentavam a parte central.
A construção da réplica do arco em Trafalgar Square, começou na segunda-feira. Depois de ter sido apresentada pelo presidente da câmara de Londres, Boris Johnson, vai ficar em exibição até quinta-feira.
A réplica irá depois para o Dubai e para Nova Iorque para novas apresentações públicas.
O arco é o projeto de maior envergadura do instituto, que também está a trabalhar na criação de uma base de dados de imagens a três dimensões de monumentos ameaçados em zonas de conflito no Médio Oriente e no norte de África. O IDA está a distribuir cerca de cinco mil câmara 3D a voluntários nestas regiões, que depois vão carregá-las para a base de dados, de acesso aberto.