São várias as crenças das autoridades sobre o homicídio da pequena Valentina, de 9 anos: o crime não foi acidental, aconteceu ainda na habitação da família na quarta-feira, foi cometido pelo pai e pela madrasta e deve-se a "questões de família". Mas a investigação continua e o resto da história por esclarecer. No domingo de manhã, a Polícia Judiciária (PJ) anunciou a localização do corpo da criança que estava desaparecida desde quinta-feira em Peniche, já sem vida e tapado..O coordenador da PJ de Leiria, António Jordão, confirmou no domingo à tarde que foram duas pessoas suspeitas detidas, o pai e a madrasta da criança, por crime de homicídio e ocultação de cadáver. Ambos foram interrogados toda a noite pelas autoridades e o progenitor terá confessado saber da localização do cadáver - mas não o homicídio.."Começamos com a investigação de um desaparecimento e levou-se ao cumprimento de dois autores que estão fortemente indiciados por crimes de homicídio, ocultação de cadáver, entre outros. Têm a presunção da sua inocência e serão presentes às autoridades competentes. Estão fortemente ligadas à criança desaparecida, são familiares", disse o coordenador, em conferência de imprensa..Homicídio por "questões internas de família".O responsável da PJ António Jordão acrescenta que estão convictos de que o crime foi premeditado. O pai Sandro Bernardo, de 32 anos, que terá admitido o crime de ocultação do cadáver, mostrou à PJ o local onde se encontrava o corpo, de acordo com informações divulgadas à comunicação social pelas autoridades. Segundo a TVI, confessou mesmo tratar-se de uma morte acidental - ao contrário daquilo que pensam as autoridades..A pequena Valentina, de 9 anos, terá morrido já na sua habitação e "tudo indica que terá acontecido na quarta-feira", acrescentou..Quanto ao móbil do crime, as autoridade acreditam que "terá sido por questões internas do funcionamento da família que levou a este desfecho", alertando não poder avançar "concretamente ainda esta informação"..A judiciária de Leiria esteve no domingo com os dois suspeitos do homicídio da criança em Atouguia da Baleia, Peniche, a reconstituir o alegado crime, na casa onde terá ocorrido, confirmou à Lusa fonte policial..Pai declarou desaparecimento.O pai tinha dito às autoridades que tinha visto a filha, pela última vez, às 01.30 da madrugada de quinta-feira, tendo o alerta para o desaparecimento sido dado já de manhã, multiplicando-se desde então as operações de busca..Valentina morava com o progenitor e a madrasta, ambos com cerca de 30 anos, e mais três irmãos. Valentina estaria a passar uns dias em casa do pai, em Atouguia da Baleia, Peniche. A criança estava a passar uns dias em casa do pai, em Atouguia da Baleia, Peniche..A menina já tinha desaparecido uma vez em 2018 de uma outra casa onde a família residia no concelho, tendo sido depois encontrada pelas forças policiais. Questionado sobre se a família estaria referenciada por maus tratos, o responsável António Jordão disse que "não há indícios de violência anterior"..Corpo encontrado escondido num eucaliptal.O presidente da junta de freguesia de Atouguia da Baleia, Afonso Clara, avançou em declarações aos jornalistas no local, que o corpo foi encontrado pela PJ num eucaliptal longe do sítio em que a criança morava, já na freguesia de Serra d'El Rei. Informação confirmada esta tarde pela PJ, que acrescentou que o corpo se encontrava tapado entre arbustos..A investigação contou com "uma permanente troca de informação" entre a PJ, a Guarda Nacional Republicana e com a Proteção Civil Distrital. "E quando digo permanente é noite e dia", disse o coordenador da judiciária de Leiria, António Jordão. Cerca de 600 operacionais estiveram presentes na missão de busca..O responsável acrescentou que o apoio de vários civis e autarquia "permitiu colocar todas as hipóteses possíveis até encontrar indícios de condutas criminosas". Dezenas de pessoas mobilizaram-se desde quinta-feira para encontrar a criança. Contudo, tanto o pai como a madrasta não participaram ativamente nas buscas.