A Lituânia venceu o Leão de Ouro para a participação nacional da Bienal de Arte de Veneza, com uma ópera-performance de três artistas, anunciou este sábado o júri..As artistas vencedoras transformaram um pavilhão numa praia artificial, numa "crítica às formas de lazer" da atualidade, em que o júri destaca "o uso inventivo do local" da apresentação.."É uma crítica ao lazer dos nossos tempos cantada por um elenco de artistas e voluntários retratando pessoas comuns", destaca o júri do concurso dedicado à arte contemporânea.."Sun & Sea", de Lina Lapelyte, Vaiva Grainyte e Rugile Barzdziukaite apresenta uma "ópera brechtiana" e pretende ser também uma metáfora à forma como os tempos de lazer exercem pressão no planeta e no ambiente..Foi ainda atribuída uma menção especial como participação nacional à Bélgica, por fornecer na sua exposição "uma visão alternativa de aspetos pouco reconhecidos das relações sociais na Europa"..O Leão de Ouro para melhor participação na exposição internacional "May You Live In Interesting Times" foi atribuído ao norte-americano Arthur Jafa, pelo filme de 2019 "The White Álbum", considerado pelo júri como "um ensaio, um poema e um retrato" sobre o racismo e a violência..Com o Leão de Prata para um jovem artista foi distinguido o cipriota Haris Espaminonda, que atualmente trabalha em Berlim..O júri da 58.ª Bienal de Arte de Veneza decidiu ainda atribuir uma menção honrosa à artista mexicana Teresa Margolles e ao nigeriano Otobong Nkanga..A Bienal de Arte de Veneza, em Itália, abriu hoje ao público, no ano em que o certame tem como tema "Tempos Interessantes", apresentando projetos de 91 países, entre eles Portugal, Brasil e Moçambique..A exposição da representação de Portugal na Bienal de Arte de Veneza 2019 teve a sua pré-inauguração na quarta-feira, no Palazzo Giustinian Lolin, em Veneza, onde ficará ao longo do certame, até 24 de novembro..Em declarações recentes à agência Lusa antes da inauguração, a artista Leonor Antunes definiu a exposição como "uma segunda pele" criada naquele palácio histórico, onde nasceram diálogos entre a sua obra e a cidade.."Esta exposição é importante porque descobri coisas novas no meu trabalho, aprendi coisas novas", disse a artista à Lusa, questionada sobre qual o valor pessoal, na carreira artística, quanto à presença na Bienal de Veneza..A artista de 47 anos, que reside em Berlim há 15 anos, foi escolhida pelo curador João Ribas para criar um projeto de representação oficial portuguesa..Intitulado "a seam, a surface, a hinge or a knot" ("uma costura, uma superfície, uma dobradiça ou um nó", em tradução livre), o projeto resulta de uma pesquisa que tem vindo a realizar já há alguns anos, em anteriores exposições que fez em Milão e Veneza, sobre o trabalho de figuras importantes no contexto da arquitetura de Veneza, nomeadamente Carlo Scarpa, Franco Albini e Franca Helg e, mais recentemente, as arquitetas Savina Masieri e Egle Trincanato..As obras em escultura, que vai apresentar no interior de três salas do edifício, foram feitas em oficinas de carpintaria, em metal, cortiça, cabedal e vidro, em Veneza, Berlim e Lisboa..Também em Veneza, a artista portuguesa Joana Vasconcelos irá inaugurar hoje uma exposição num programa cultural paralelo à bienal, intitulada "What are you hiding? May you find what you're looking for", comissariada por Nina Moaddel..O artista plástico luso-luxemburguês Marco Godinho foi escolhido para representar o Luxemburgo na bienal e o artista angolano Nástio Mosquito irá apresentar uma performance que abre os "Encontros sobre Arte" um dos programas culturais paralelos..A 58.ª Exposição Internacional de Arte tem curadoria do britânico Ralph Rugoff, diretor da Hayward Gallery, em Londres.