Lisboa perdeu 31 milhões em taxa turística em 2020
A Câmara de Lisboa teve uma perda de 31,1 milhões de euros em receitas da taxa turística, em 2020, em resultado da queda do turismo provocado pela pandemia de covid-19.
No total a autarquia recebeu 535 milhões de euros em taxas, contribuições e impostos, uma quebra de 6% relativamente ao ano anterior (em 2019 entraram nos cofres da autarquia, por esta via, 567 milhões de euros).
De acordo com João Paulo Saraiva, responsável pelo pelouro das Finanças da autarquia, a quebra na taxa turística (dois euros por noite, seja em hotel ou alojamento local) foi a "mais significativa" nas taxas e impostos municipais, face à queda a pique do turismo na cidade. Já o setor imobiliário mostrou-se mais resiliente à pandemia. "O mercado imobiliário não teve o impacto que prevíamos, inicialmente diagnosticamos que a queda podia ser maior", sublinha o vice-presidente da autarquia, que apresentou na tarde desta sexta-feira o relatório e contas relativo ao ano de 2020. A perda de receita do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) acabou, assim, por ser menos expressiva que o esperado.
No total do ano, a câmara teve um resultado líquido negativo de 46 milhões de euros.
As receitas caíram, as despesas subiram. No que se refere aos apoios no âmbito da pandemia, Lisboa gastou no ano passado um valor total de 49,7 milhões de euros - 18 milhões a famílias e instituições particulares de solidariedade social; 3,4 milhões ao setor da Cultura; 1,4 milhões à economia; 1,5 milhões em apoio às escolas, 8,9 milhões em apoio à saúde e 16,6 milhões em apoios às empresas municipais, casos da Carris, Emel ou Egeac.
Para este ano, a Câmara estima gastar 108,4 milhões de euros, a maior fatia (34,4 milhões) em apoios à economia. Para as empresas municipais deverão ir 32,8 milhões de euros e para o apoio à saúde 20,7 milhões.