Liga lamenta não inclusão de doentes oncológicos na primeira fase de vacinação

A Liga Portuguesa Contra o Cancro quer que o Governo reconsidere e inclua os doentes oncológicos com doença ativa e em maior risco, na primeira fase de vacinação para covid-19.
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A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) lamentou esta sexta-feira que os doentes oncológicos, sobretudo aqueles com doença ativa, não tenham sido colocados na primeira fase da vacinação contra a covid-19.

Em comunicado, a LPCC diz esperar que o Governo reconsidere e inclua os doentes oncológicos com doença ativa e em maior risco, na primeira fase de vacinação para covid-19, de acordo com critérios clínicos claramente estabelecidos.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, que esta sexta-feira esteve em Matosinhos para visitar duas unidades de saúde, foi questionado sobre a posição da Liga Portuguesa Contra o Cancro, tendo afirmado que o plano de vacinação é "dinâmico e flexível" e que os doentes oncológicos serão vacinados na segunda fase de vacinação, que engloba um total de 2,7 milhões de pessoas.

"A evidência científica de hoje é o erro retificado de amanhã e, portanto, temos de estar sempre adequados àquilo que é a evolução e o dinamismo da própria ciência em base em critérios que são técnicos. Obviamente, que se a EMA [Agência Europeia do Medicamento] ou outro organismo vier dizer que as prioridades terão que se adequar, este plano é um plano dinâmico e flexível e adequar-se-á", salientou António Lacerda Sales.

"Com cerca de 950 mil na primeira fase presumimos que podemos ter cerca de 3,6 milhões de pessoas vacinadas nestas duas fases que poderá coincidir com o primeiro semestre de 2021", sublinhou.

A par da prioridade na vacinação, a LPCC adverte que o combate ao cancro tem de ser uma prioridade contínua e que não pode ficar em segundo plano face à pandemia de covid-19. "É fundamental o acesso aos cuidados de saúde, à qualidade do tratamento e seguimento, e é necessário melhorar o apoio social ao doente e seus familiares e cuidadores. O apoio é também determinante no dia-a-dia do sobrevivente, seja no apoio social, emocional, económico, seja em fases mais tardias da doença, sobretudo quando o doente mais dependente necessita de cuidados de proximidade", adianta Vítor Rodrigues, presidente da LPCC.

As vacinas contra a covid-19 vão começar a ser administradas a partir de janeiro, sendo os grupos prioritários as pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas, residentes e trabalhadores em lares, e profissionais de saúde e de serviços essenciais.

A informação foi divulgada na quinta-feira por Francisco Ramos, coordenador do grupo que preparou o plano de vacinação, segundo o qual numa segunda fase a prioridade será para pessoas com mais de 65 anos sem patologias associadas, e pessoas com mais de 50 anos, mas com um leque mais alargado de patologias associadas, como a diabetes.

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