Líder socialista pede demissão de Mariano Rajoy

O líder socialista espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, voltou hoje, no parlamento, a exigir a demissão do presidente do Governo, Mariano Rajoy, que considerou não estar "em condições" de responder à atual crise política.
Publicado a
Atualizado a

"Peço-lhe que se demita porque acho que é o melhor para Espanha e os espanhóis", afirmou Rubalcaba.

Acusando Rajoy de "não fazer nada" no caso Bárcenas -- numa referência ao ex-tesoureiro do PP --, Rubalcaba disse que o chefe do Governo não atua porque "não tem autonomia política para o fazer".

"Não está em condições de abordar essa crise política porque está lastrado pelos cortes sociais que não anunciou na campanha eleitoral. Renuncie, deixe o cargo, porque não pode resolver a crise política que tem criado", disse.

As declarações de Rubalcaba foram feitas no arranque da sessão de perguntas ao Governo, no Congresso de Deputados, a que Mariano Rajoy respondeu desafiando o líder do PSOE ao "mesmo exercício de transparência" que ele próprio já fez, nomeadamente publicar as suas declarações de rendimentos.

"Você tem tantos problemas no seu grupo (político) que até o obrigam a fazer estes papelões", disse Rajoy.

"Faça o mesmo exercício de transparência que eu fiz com as contas do seu partido e as suas próprias contas. Enquanto não o fizer, não tem autoridade moral", conclui Rajoy.

Antes também Rosa Díez, porta-voz da União Progresso e Democracia (UPyD), questionou Rajoy sobre a corrupção política, exigindo alterações às leis para que seja delito o financiamento ilegal dos partidos políticos.

"O problema é que não se combate e se oculta a corrupção. Há que mudar as leis para que seja delito o financiamento ilegal dos partidos políticos e uma Lei de Transparência que afete à Casa Real e aos partidos", sustenta Rosa Díez.

Em resposta, Rajoy confirmou que a futura lei de transparência se aplicará aos partidos, insistiu que o Governo está a tomar numerosas medidas para combater, prevenir e sancionar a corrupção e considerou que não se deve "generalizar".

"Nunca neguei que a corrupção não seja um problema para a nossa democracia mas não me parece responsável estender a suspeita sobre todos os políticos", disse Rajoy, afirmando que "há que combater a corrupção, mas não se pode generalizar a toda a classe política".

"Os partidos submetem-se a uma possível ação penal, há limites de doações, reformámos o Código Penal para a falsificação de contas públicas e vamos apresentar uma lei de transparência", disse Rajoy.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt