Marta Temido considera que "não devem ser desperdiçadas oportunidades" para conseguir o maior número de doses. Mas, sobre a possibilidade de um levantamento de patentes industriais para a produção humanitária de vacinas, afirma-se uma apoiante da estratégia da Comissão Europeia e entende que há outro caminho a "percorrer", como a realização de "parcerias" e "alianças".."O maior esforço que acreditamos ser ainda aquele que temos para percorrer neste momento é o de garantir que são realizadas e concretizadas parcerias [e] alianças, como aquela que foi desenvolvida entre a Sanofi e a BioNTech/Pfizer", afirmou a ministra da Saúde, na audição no Parlamento Europeu, acreditando que desta forma, será possível "melhorar a resposta às quantidades de vacinas de que precisamos, num espaço de tempo o mais curto possível"..A presidente da Comissão Europeia, questionada pelo DN, numa conferência de imprensa, sobre se apoiaria uma suspensão temporária das patentes das vacinas, como tem sido solicitado por países emergentes, para que o processo pudesse acelerar em todo o mundo, afirma que "o importante é que a União Europeia tenha tomado medidas para que não tenhamos vacinas apenas para a população europeia, mas também para os países da nossa vizinhança".."Garantimos 2300 milhões de doses de vacinas, o que é suficiente para a população europeia e para a vizinhança. Considero muito importante apoiarmos os países de rendimento médio e baixo", defendeu, acrescentando que "além das doações em géneros, - a Comissão Europeia e os Estados-Membros - estamos a financiar a Covax, juntamente com a Team Europe. Somos dos maiores doadores, com 800 milhões de euros doados à Covax para que no momento em que a Covax tenha acesso às vacinas, possa adquirir essas doses"..Durante o debate desta tarde no Parlamento Europeu, o deputado do PCP, João Ferreira lamentou que "seis ministros da Saúde [europeus] (...), vieram a público por em causa a credibilidade do processo", de aquisição das doses, contratualizado com as farmacêuticas.."A estratégia da UE assentou em parcerias público-privado (PPP) com seis farmacêuticas", afirmou o deputado, considerando que "o problema desta opção é que nos deixa totalmente dependentes da capacidade e do ritmo de produção das farmacêuticas, e da sua estratégia de negócio, da gestão que fazem dos vários pedidos"..Sucede que "a nível mundial, vão chegando notícias de novas vacinas aprovadas por autoridades regulatórias diversas e com eficácia comprovada e avaliada pela comunidade científica".."Portugal, assumindo a Presidência do Conselho, está disponível para contribuir para alterar uma estratégica unicamente focada nas atuais PPP, e para incentivar a diversificação das opções de compra pela UE, assumindo uma estratégia de cooperação com outros países, mais avançados na produção e distribuição de vacinas", questionou o deputado comunista..Já a ministra admitiu que "deveremos estar atentos àquilo que são as evoluções e a dinâmica do surgimento de novas vacinas, mas acreditamos que o nosso portfólio, selecionado inicialmente, garante uma boa representatividade de várias vacinas, e que permitirá um bom acesso à vacina em vários países europeus".."A presidência portuguesa continuará a apoiar a Comissão no desenvolvimento de sua estratégia. Acreditamos que a estratégia que tem sido seguida de trabalho articulado entre todos os atores é aquela que no médio prazo trará maiores sucessos também para todos", disse, respondendo ao deputado português..Acresce que tratando-se de "vacinas que são tecnologicamente complexas e sofisticadas" a capacidade para as produzir "com sucesso, apenas por um mecanismo de quebra de patentes, poderia não ter os efeitos que todos desejamos que sejam atingidos", afirmou, lembrando que o objetivo é "ter vacinas na maior quantidade possível distribuídas equitativamente gratuitas para os cidadãos europeus"..Em Bruxelas