Legalização do aborto cai após ameaça do Presidente

Uma proposta parlamentar para despenalizar o aborto no Equador foi retirada hoje depois de o Presidente Rafael Correa, de esquerda, ter ameaçado demitir-se caso esta fosse adotada.
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Pertencente ao Alianza País, o partido de Correa, a deputada Paola Pabon defende que o aborto deve ser permitido em caso de violação e quando existe risco para a mãe.

"Com o imenso carinho que temos por ti, dizemos-te que, desta vez, estás errado. Mas em nome da unidade do nosso grupo, retiro a moção para que não haja uma rotura", disse hoje a deputada no Parlamento, dirigindo-se ao Presidente do Equador.

Na quinta-feira, Rafael Correa criticou a "traição" e a "deslealdade" de alguns deputados da sua maioria parlamentar, que esperavam despenalizar o aborto no âmbito de uma reforma do Código Penal.

"Se um grupo de pessoas muito desleais reunirem amanhã (hoje) uma maioria" para legalizar o aborto, "eu apresento imediatamente a minha demissão", ameaçou Rafael Correa na televisão.

"Eles que façam o que quiserem, eu nunca autorizarei a despenalização do aborto", disse ainda o chefe de Estado, no poder desde 2007 e cujo mandato terminará em 2017.

Correa, que se define como um humanista, católico e de esquerda, é um aliado próximo da Venezuela e Bolívia, os principais representantes da esquerda radical latino-americana.

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