Lar da Terrugem tem 41 infetados e concelho de Elvas à beira de risco extremamente elevado
O lar da Associação de Beneficiários Amigos (ABAT) da Terrugem, aldeia do concelho de Elvas, distrito de Portalegre, conta já com 41 pessoas infetadas, das quais 25 são utentes e 16 funcionários da instituição. Dos testes realizados, no domingo sabe-se ainda que, do universo de utentes e funcionários do lar, testaram negativo cinco utentes e 16 funcionários.
A autoridade de saúde decidiu manter os utentes no Lar, perante a hipótese de transferência para outro local e estão duas pessoas da Segurança Social a prestar apoio na instituição, ao contrário das quatro que estavam previstas, e não trabalham em simultâneo. Há também alguns funcionários que deverão ter alta médica a partir de dia 8 de janeiro pelo que, a partir desse dia, poderão reforçar as equipas do Lar.
A aldeia de Terrugem tem cerca de mil habitantes e já foram identificados mais de 100 casos positivos nas últimas três semanas, sendo um dos focos mais preocupantes do concelho de Elvas que chegou esta terça-feira aos 589 casos confirmados pelo Município no boletim diário covid-19.
O concelho atingiu uma taxa de incidência 1136 casos por 100 mil habitantes, depois de ter somado 233 novos casos em 14 dias, com dois mortos nas últimas 24 horas, tendo hoje o presidente da Câmara Nuno Mocinha admitido que Elvas passe a integrar a lista dos concelhos de risco muito elevado ou extremamente elevado na próxima atualização dos níveis de risco por parte do Governo.
Mocinha tomou também medidas quanto ao funcionamento dos serviços municipais e a partir de amanhã, quarta-feira, dia 6, "a câmara vai funcionar apenas das nove da manhã ao meio dia e nas instalações da câmara vão estar apenas os funcionários essenciais. Já tínhamos encerrado os nossos equipamentos culturais e recreativos, por salvaguarda em relação a esta questão do covid. Tínhamos uma equipa operacional a funcionar dentro da câmara que vamos reduzir ao mínimo essencial e vamos privilegiar o contacto por e-mail ou telefone. Ou seja, a câmara continua aberta e a dar resposta às necessidades dos elvenses mas vamos salvaguardar para que se houver algum caso positivo na câmara tenhamos sempre uma resposta ativa a dar".
Segundo o autarca esta "alteração no funcionamento da câmara não quer dizer que existam casos positivos entre os funcionários. Não temos, graças a Deus, nenhum surto dentro da câmara. Tentamos apenas ser proativos e minimizar os riscos que sabemos que aí estão".
Nuno Mocinha recorda que "ao contrário do que muita gente pensa, não compete à câmara determinar cercas sanitárias ou encerrar estabelecimentos de ensino. Essas medidas são da responsabilidade de outras entidades", respondendo assim à possibilidade de confinamento no concelho perante a evidente situação de transmissão comunitária do vírus SARS-CoV-2 que se vive no município alentejano.