Kim vai à China explicar negociações com Trump
O líder da Coreia do Norte inicia hoje uma visita de dois dias à China, apenas uma semana depois da histórica cimeira com Donald Trump em Singapura. Este encontro entre Kim Jong Un e os seus aliados em Pequim, que é já o terceiro em apenas três meses, deve servir para informar o presidente chinês, Xi Jiping, sobre as negociações com os Estados Unidos da América.
"Kim Jong Un, presidente do Partido dos Trabalhadores da Coreia e presidente da Comissão de Assuntos de Estado da República Popular Democrática da Coreia, estará em visita à China entre os dias 19 e 20 de junho". Foi desta forma que a versão em português da Xinhua, a agência estatal chinesa, anunciou a chegada do líder norte-coreano. Um curto comunicado, sem pormenores sobre a agenda da deslocação, mas que traz uma novidade. É que as visitas anteriores só foram anunciadas depois de já terem acontecido.
A ida de Kim Jong Un à China já tinha sido antecipada nos últimos dias em vários meios diplomáticos, dado o peso de Pequim junto dos seus vizinhos. Os dirigentes chineses congratularam-se com a aproximação entre Washington e Pyongyang, em especial depois de Donald Trump ter anunciado a suspensão dos exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul, agendados para as próximas semanas. "Iremos parar os jogos de guerra", anunciou o presidente norte-americano em Singapura. Do lado da Coreia do Norte, houve garantias de manter o processo de desnuclearização do país.
Um objetivo, garante o ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano, que é partilhado também pelas autoridades de Pequim. "O nosso governo espera que a China desempenhe um papel construtivo na resolução deste problema [a total desnuclearização da península da Coreia]", afirmou o porta voz da diplomacia da Coreia do Sul, Noh Kyu-deok, que disse esperar que "a visita de de Kim Jong Un contribua para isso".
O dirigente norte-coreano tenta diminuir as sanções económicas internacionais impostas ao seu país em troca das promessas para acabar com o seu programa nuclear. Objetivo para o qual conta com o apoio da diplomacia chinesa, que também já mostrou que quer ter um papel importante neste processo.