Como Kim Jong-un subiu montanha de 2744 m coberta de neve sem sujar os sapatos
Chamam-lhe a "montanha sagrada da revolução": o monte Paektu tem 2744 metros de altitude, fica na fronteira da Coreia do Norte com a China e é um pico vulcânico cujo cume está permanentemente coberto de neve.
Não é a primeira vez que Kim Jong-un, o líder norte-coreano, alega ter subido ao topo da montanha, parte essencial da propaganda de Pyongyang: de acordo com a versão do regime. Kim Jong-il - o pai de Kim Jong-un - nasceu numa cabana no sopé deste monte, de onde Kim Il-sung - o avô do líder atual - organizou as forças para lutar contra os japoneses que ocupavam a península coreana.
Mas, desta vez, Kim Jong-un conseguiu a proeza de escalar a montanha - aparentemente sem equipamento adequado - sem sequer molhar os pés e mantendo impecáveis os sapatos de pele preta, abrindo caminho sobre a "neve espessa". Nas fotografias, divulgadas pelos meios de comunicação estatais, Kim surge agasalhado mas com a roupa imaculada, sem mostrar cansaço ou fadiga após o que terá sido uma penosa subida para alguém sem a preparação adequada ou, pelo menos, com os problemas de saúde de que alegadamente sofre o líder norte-coreano, provocados pela obesidade.
Segundo o Rodong Sinmun, o jornal oficial de Pyongyang, citado pelo Independent, Kim Jong-un "disse que frequentemente escalava o Monte Paektu, mas esta é a primeira vez que o faz a meio do inverno com uma temperatura tão agradável, rara até na primavera".
O texto continuava elogiando o líder, que via no "espírito majestoso do Monte Paektu o aparecimento de uma poderosa nação socialista que avança de forma dinâmica cheia de vigor, sem vacilar com quaisquer ventos no planeta".
Kim Jong-un terá ordenado, após o "passeio", que fosse construído um monumento em honra do monte Paektu e que o complexo escolar nas imediações fosse melhorado. O líder anunciou ainda a construção de um novo hotel e abrigos de montanha na região.