Prémio Modelo Feminino deste ano nos Fashion Media Awards. Campanhas para marcas consagradas como a Miu Miu e uma primeira capa de revista a solo. Sessões fotográficas como modelo para a Love, a Vogue Paris, a Teen Vogue ou a Pop. Seria tudo "normal" para uma rapariga de 15 anos que sonha com a carreira de manequim, mas Kaia Gerber tem mais do que o desejo de vingar neste universo. No sangue corre-lhe o prazer das passerelles, ou não fosse ela filha de Cindy Crawford..Quando, no início deste 2016 e dias antes de celebrar o seu 50.º aniversário, Crawford anunciou o final da sua carreira, a filha daquele que é um dos nomes inegáveis da história da moda preparava-se para noticiar que já era, desde o verão do ano passado, agenciada pela IMG Models, a mesma que representa Gigi Hadid, Candice Swanepoel e Gisele Bündchen. Os primeiros passos profissionais estavam dados e o que se seguiria trazia consigo a herança familiar..Um dos mais recentes trabalhos de Kaia é para Marc Jacobs: foi ela a escolhida como o novo rosto da sua linha de beleza para 2017. À revista Allure confessou estar muito "entusiasmada e honrada" por a sua primeira campanha de beleza ser com o criador norte-americano. Já à Vanity Fair contou que o que aprendeu com a mãe vai "muito além das poses". "Ensina-me a ser simpática, a ser pontual - se a conhecerem, sabem quanto ela gosta de cumprir horários - e ensina-me a acreditar em mim. E, na verdade, quando penso nisso, não são estas coisas que todas as mães devem ensinar às suas filhas?".A estreia nestas lides aconteceu há cinco anos, tinha Kaia 10, para a uma campanha infantil da Versace. Já nessa altura, diz quem com ela trabalhou, já se mostrava à vontade perante uma máquina fotográfica e uma caixa de maquilhagem cheia de cores e de pincéis de diferentes tamanhos. "Era expressiva e via-se claramente que estava a divertir-se", escreveu a Teen Vogue. Os genes estão lá, claro, mas também o seu amor pelo teatro musical, pela dança - a filha de Cindy Crawford e do empresário Rande Gerber tem no hip hop um dos seus passatempos preferidos - e pela representação. É por isso que integra o elenco do filme Sister Cities ao lado de Kathy Baker e Alfred Molina. A estreia desta longa-metragem - a sua primeira - nos Estados Unidos está marcada para o próximo dia 17. Gosta, frisa a jovem, de "explorar para lá" de si própria "de forma a conseguir sentir os outros". "Quando vestimos outra pele, entendemos melhor os outros.".[artigo:4758648].As parecenças físicas com Cindy Crawford são para lá de evidentes, até para a própria Kaia, que a estas gosta ainda de acrescentar que mãe e filha têm também "maneirismos iguais". "Reparei nisso pela primeira vez quando estava a ver vídeos do passado da minha mãe. Não sei se é genético, mas as nossas atitudes imitam-se umas às outras", disse. Do lado de Crawford, existe no entanto uma "grande diferença" entre ambas: a confiança que não tinha quando se estreou mas que Kaia já mostra. "Eu só comecei a trabalhar como modelo aos 17 anos. Tu tens a noção do que podes fazer. Não tenho de me preocupar em seres fiel a ti mesma", confessou a supermodelo, que atingiu o seu pico de popularidade durante a década de 1990, ao lado de nomes como Naomi Campbell, Claudia Schiffer e Linda Evangelista - e que, em 1995, foi eleita pela revista Forbes como a manequim mais bem paga do planeta.."Tenho a certeza de que vou continuar a tirar fotografias por mais dez anos, mas não como manequim. E está tudo bem em relação a isso. Eu consegui vencer. Trabalhei com os fotógrafos mais incríveis. O que é que preciso fazer mais? Não posso continuar a reinventar-me. Não deveria ter de me provar ao mundo constantemente. Não quero mais", disse Crawford quando falou sobre a sua despedida da moda. Kaia Gerber agarrou a outra ponta desta corda.