Juppé pensa que só Sarkozy pode resolver crise na UMP

Alain Juppé, que fracassou no domingo a tentativa de mediação entre os dois candidatos a liderar a conservadora UMP, afirmou hoje que o ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy é o único com autoridade suficiente para conciliar as partes. Sarkozy é "claramente o único hoje com autoridade suficiente para propor eventualmente uma saída", declarou Juppé numa entrevista à rádio RTL.
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O ex-primeiro-ministro, fundador da União por uma Maioria Popular (UMP), ignora se Sarkozy pode "acalmar" a situação e animar os aspirantes Jean-François Copé e François Fillon a sentarem-se à mesa para debater uma solução, mas em qualquer caso declarou que é "a vez dele".

Sarkozy, que apesar de se ter retirado da vida pública é considerado pelos simpatizantes da UMP como a melhor opção para exercer a oposição ao Presidente socialista François Hollande, tem agendado para hoje um almoço com Fillon, que foi seu primeiro-ministro durante os cinco anos de mandato.

Nas eleições primárias da UMP a 18 de novembro, Copé proclamou-se vencedor por uma diferença de 98 votos, enquanto Fillon denunciou que não se tinham contado mais de um milhar de votos que lhe dariam a vitória.

Numa entrevista hoje com a emissora RMC, Copé justificou a recusa da mediação de Juppé e descartou que Sarkozy se envolva na batalha.

Copé precisou que na reunião que manteve no domingo com Fillon e Juppé argumentou que "há regras do jogo fixadas há dez anos" que estipulam que há duas instâncias internas que "decidem a regularidade das eleições".

A primeira instância proclamou Copé vencedor na terça-feira e a segunda, a comissão de recursos, tomará a decisão provavelmente hoje mesmo.

Essa comissão de recursos "vai decidir e a etapa seguinte será uma mediação política" que deverá acabar com o conflito dentro do partido, indicou.

O autoproclamado presidente da UMP declarou-se disposto a aceitar na nova direção que presida membros do setor de Fillon.

Fillon denunciou que a comissão de recursos que deve pronunciar-se hoje não é imparcial, dado que, como a primeira que proclamou Copé vencedor, está controlada por dirigentes que fizeram campanha pelo rival.

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