Juncker com mesmo n.º de mulheres do que Barroso
A lista final foi elaborada após as entrevistas realizadas, entre terça e quinta-feira, em Bruxelas, a cada um dos comissários designados, incluindo Carlos Moeda, apontado pelo Governo português, e atinge o número mínimo de mulheres reclamado pelo Parlamento Europeu para dar o seu aval ao colégio, ou seja, nove, tantas quanto aquelas que integravam a "Comissão Barroso".
Este número foi alcançado depois de a Bélgica, o último Estado-membro a designar uma figura para a "Comissão Juncker", ter optado pela eurodeputada Marianne Thyssen, e a Roménia ter indicado também uma eurodeputada, Corina Cretu.
Entre as mulheres que integrarão a futura Comissão conta-se também a italiana Federica Mogherini, escolhida pelos líderes europeus, na cimeira de 30 de agosto passado, para ser a nova Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros.
Na lista de 27 comissários, hoje remetida ao presidente em exercício do Conselho da UE, Matteo Renzi -- a Itália assegura a presidência semestral rotativa do Conselho no segundo semestre do ano -, contam-se antigos chefes de governo, como o finlandês Jyrki Katainen e o letão Valdis Dombrovskis, e o ex-ministro das Finanças francês, Pierre Moscovici.
O Conselho deverá agora aprovar a lista de comissários designados -- o que sucederá como uma mera formalidade -, após o que Juncker deverá anunciar, provavelmente na próxima terça-feira, o organograma do seu executivo comunitário, com a distribuição de pastas.
Neste momento desconhece-se ainda qual a pasta que caberá a Carlos Moedas, com a imprensa de Bruxelas especializada em assuntos europeus a insistir na do Emprego e Assuntos Sociais, o que agradaria ao Governo, como admitiu na quinta-feira o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Marques Guedes, segundo o qual essa seria "uma boa pasta" para Portugal.
Conhecida a constituição do colégio e competências dos comissários, terão então lugar, ainda ao longo do corrente mês de setembro, as audições individuais a cada comissário designado no Parlamento Europeu, que deverá votar então, em outubro, a nova Comissão.
A "Comissão Juncker" deverá entrar em funções a 01 de novembro, sucedendo à Comissão Europeia liderada por José Manuel Durão Barroso, que termina o seu segundo mandato a 31 de outubro, após 10 anos à frente do executivo comunitário, um recorde de longevidade apenas igualado pelo "histórico" francês Jacques Delors. A segunda Comissão Barroso tem também nova mulheres.