Julgamento de Bill Cosby por agressão sexual foi anulado

Jurados não conseguiram chegar a um veredicto. Acusação quer voltar a levar o caso a julgamento
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Um juiz da Pensilvânia, EUA, decidiu este sábado anular o julgamento de Bill Cosby por abuso sexual, depois de o júri ter anunciado que não conseguia chegar a um veredicto. Os procuradores garantiram, no entanto, que irão voltar a levar o caso a julgamento.

Os jurados, que passaram 53 horas a debater se Cosby era culpado ou inocente, disseram ao tribunal que não conseguiam chegar a uma decisão unânime. O comediante estava acusado de três crimes de agressão sexual a Andrea Constand, que tiveram lugar na casa dele em Filadélfia, em 2004.

A declaração dos jurados foi uma vitória para Cosby, de 79 anos, que escapa assim a uma década na prisão. "Só porque não foi alcançado um veredicto neste caso não quer dizer que não seja da próxima vez", afiançou o procurador distrital Kevin Steele, em conferência de imprensa.

Cerca de 60 mulheres acusaram Bill Cosby de agressão sexual, terminando a carreira do ator e comediante que chegou a ser considerado o "pai da América" pelo papel no sucesso televisivo da década de 1980, The Cosby Show.

A acusação de Andrea Constand foi a única que resultou num julgamento, porque grande parte das restantes eram demasiado antigas para levar a tribunal - já tinham ultrapassado os prazos legais de prescrição.

Depois de o julgamento ser anulado, Cosby e a equipa legal reuniram-se no exterior do tribunal. "É isto que acontece, os jurados ficam num impasse quando um procurador tenta pôr alguém na prisão por cosias que não estão simplesmente presentes em tribunal", disse Angela Agrusa, uma das advogadas de Cosby.

Uma porta-voz leu ainda um comunicado da mulher de Cosby, Camille, que desde o início ficou ao lado do marido. "Historicamente, as pessoas desafiaram as injustiças. Estou grata a todos os jurados que de forma tenaz lutaram para rever as provas, que é a forma correta de tomar uma decisão sólida".

"Não podemos subestimar o poder encantatório de uma celebridade, mas a justiça virá", disse por seu lado Gloria Allred, advogada que representa muitas das alegadas vítimas de Cosby.

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