JSD junta Rio e Rangel para ouvir propostas dos dois candidatos
A JSD já tinha feito a convocatória para os dois candidatos à liderança do PSD para participarem 3.º Congresso da Coesão Territorial, em Portalegre, e não alterou os termos em que o tinha feito, mesmo depois de Rui Rio ter assumido que não iria fazer campanha interna.
Rio vai estar presente na sessão, que decorre este sábado, mas vestido na pele de presidente do PSD, pelas 17:00. Paulo Rangel vai mesmo como candidato à liderança e fala aos jovens sociais-democratas pelas 19:00.
Fonte da JSD disse ao DN que o que importa na sessão é estarem os dois presentes e debaterem com os jovens sociais-democratas as suas ideias sobre coesão territorial. Assumiu, no entanto, que o facto de Rui Rio ir na condição de líder do PSD e não apenas de candidato à liderança lhe dá tempo de antena nas redes do partido, enquanto Paulo Rangel terá apenas projeção nas redes sociais da JSD.
O 3.º Congresso da Coesão Territorial arranca pelas 10:00, com o mote "Portugal por Inteiro" e com o objetivo de, segundo a organização, "debater os problemas e os desafios dos territórios de baixa densidade e do interior de Portugal".
A sessão de abertura contará com uma intervenção do presidente da Juventude Social-Democrata, Alexandre Poço, e os vários painéis contarão com um apoiante de Rio e outro de Rangel.
No debate sobre "Os Novos Desafios da Coesão Territorial", intervirão Joaquim Sarmento, professor universitário e coordenador do Conselho Estratégico Nacional do PSD, e Fernando Alexandre, professor universitário e que irá coordenar a parte económica das bases do programa eleitoral de Paulo Rangel.
O almoço-conferência ficará a cargo da recém-eleita presidente da Câmara Municipal de Portalegre, a social-democrata Fermelinda Carvalho, seguindo-se uma discussão sobre a organização administrativa e a coesão territorial, com Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro e apoiante do atual presidente do PSD, e António Leitão Amaro, ex-secretário de Estado da Administração Local e que está ao lado do eurodeputado na corrida à liderança. O evento decorrerá no Centro de Artes e Espetáculos de Portalegre, "numa cidade e num dos distritos mais afetados pela falta de coesão territorial em Portugal".
Esta determinação de Rui Rio em apenas assumir iniciativas enquanto presidente do PSD leva-o também hoje de manhã a Coimbra para participar na reunião do Conselho Estratégico Nacional (CES), já na preparação do programa eleitoral para as legislativas de 30 de janeiro do próximo ano.
A necessidade de preparação do programa eleitoral atempadamente e no curto espaço de e tempo que medeia até às legislativas antecipadas de 30 de janeiro foram, aliás, um dos argumentos que Rio usou para justificar que não fará campanha interna para as diretas marcadas para 27 de novembro.
"Depois de ter refletido sobre a situação em que o partido e país se encontram, é minha obrigação concentrar a minha atividade nas funções de presidente do partido, seja na oposição direta a António Costa, seja na organização da campanha eleitoral que temos já no imediato de levar a cabo", afirmou na quarta-feira passada.
A que acrescentou : "Entendo que enquanto presidente do PSD, no pleno exercício do seu mandato, compete-me prioritariamente preparar o partido para as eleições nacionais e não para a disputa interna. O mais importante é o PSD não desperdiçar esta oportunidade de ganhar as eleições ao PS, no sentido de evitar que Portugal continue a ser governado por um PS fortemente comprometido com a extrema-esquerda."
O presidente do Conselho Estratégico Nacional, o economista Joaquim Sarmento, frisou ao DN que a reunião de hoje se insere de facto na preparação das eleições legislativas e que conta com a presença do presidente do PSD, que criou este órgão de consulta.
Mas Joaquim Sarmento sublinhou também que se trata de chamar as 15 secções temáticas que têm estado a trabalhar nestes dois anos em propostas para o país e cujas as ideias "terão o seguimento que o próximo presidente saído das eleições de 27 de novembro entender que serão as adequadas para o programa eleitoral do PSD".
O CES, que começou por ser liderado por David Justino e foi criado em 2018 e que Rio dizia que "terá de ser o embrião do contrato de confiança que o PSD, em tempo próprio, terá de estar capaz de assinar com os portugueses....", tem produzido pensamento e propostas em áreas como a agricultura, ambiente e energia, assuntos do mar, defesa nacional, economia e empresas, educação e desporto, ensino superior, cultura e ciência, finanças públicas, justiça, negócios estrangeiros, reforma do Estado, saúde, segurança e proteção civil e trabalho e segurança social.