Jovens já receavam mais uma pandemia do que as alterações climáticas

Antes de a covid-19 ser descoberta, já os mais novos temiam a chegada de algo assim. Mais do que temem as consequências das alterações climáticas. A conclusão é do Estudo Internacional de Educação Cívica e Cidadania (ICCS).
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Na hora de pedir a um país que se isolasse nas suas casas, de decidir a utilização obrigatória das máscaras, de falar em tratamentos e vacinas que poderiam erradicar a covid-19 da face da Terra. Em todas as alturas em que a discussão se adensava na gestão desta pandemia, as autoridades de saúde nacionais e internacionais lembravam: este é um vírus novo, sobre o qual ainda sabemos tão pouco para sermos tão assertivos. No entanto, muito antes de a pandemia o ser, jovens de todo o mundo já estavam cientes da ameaça que um problema como este representava. E era até uma preocupação maior do que as consequências das alterações climáticas no planeta.

Esta é uma das análises divulgadas esta terça-feira com base nos dados do Estudo Internacional de Educação Cívica e Cidadania (ICCS) de 2016, da Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional (IEA). A investigação procurou perguntar a estudantes de 13 e 14 anos de 24 sistemas de ensino (excluído Portugal) espalhados pelo mundo se consideravam uma doença infecciosa uma grande ameaça para o futuro.

Feitas as contas, 59% respondeu que sim, seria uma grande ameaça. Outros 26% disseram considerar moderadamente uma ameaça. "Surpreendentemente, o estudo mostra que os estudantes estavam mais preocupados com doenças infecciosas do que com as mudanças climáticas", diz é Dirk Hastedt, diretor executivo da IEA.

Mas os dados variam de região para região. Na América Latina, por exemplo, uma média de 67% expressou receio relativamente à emergência de doenças infecciosas. Por outro lado, apenas 39% responderam com o mesmo nos nos condados nórdicos. Diferenças que Dirk Hastedt considera "de grande importância no momento em que o mundo luta para encontrar uma resposta global à crise de coronavírus".

Os sistemas de ensino participantes neste estudo foram a Bélgica, Bulgária, Chile, Taipé Chinesa, Colômbia, Croácia, Dinamarca, República Dominicana, Estónia, Finlândia, Alemanha, Hong Kong, Itália, República da Coreia, Letónia, Lituânia, Malta, México, Holanda, Noruega, Peru, Rússia, Eslovénia e Suécia.

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