José Raposo, um libertino no Teatro da Trindade
José Fonseca e Costa trocou o plateau de cinema pelo palco do Teatro da Trindade, em Lisboa. Objetivo: encenar uma comédia moral sobre a vida de um filósofo libertino do século XVII chamado Denis Diderot ao qual o mundo deve a primeira "Enciclopédia".
Para esta aventura o cineasta foi buscar o internacionalmente premiado diretor de fotografia Eduardo Serra e os atores José Raposo, Maria João Abreu, Custódia Gallego e Filomena Cautela. A peça chama-se 'O Libertino', foi escrita pelo dramaturgo francês Eric-Emmanuel Schmitt, estreia amanhã e fica em cena até 8 de Abril.
É um dia atribulado para o inveterado mulherengo Diderot (José Raposo), cuja vida é atravessada e consumida por mulheres e ideias. Está num castelo na província e deixa-se convencer por Madame Therbouche (Maria João Abreu), uma perversa retratista, a ser representado completamente nu. Porém, o idílio de Diderot terá um fim precoce. É avisado que terá de escrever rapidamente um artigo sobre "a moral" para a sua Enciclopédia. Entre o dever e o desejo, entre a razão e as paixões o filósofo vai compreender que há uma grande distância entre as suas teorias morais e as suas ações concretas.
"Esta peça, que o Jô Soares está neste momento a produzir em São Paulo, põe em cena a figura incrível de Diderot. Um homem de uma inteligência e de uma modernidade surpreendentes. Depois é construída por um tecido de paradoxos que tocam a essência do humano", diz Fonseca e Costa que regressa pela segunda vez aos textos de Schmitt, depois de, em 2003, ter encenado no TNDMII Pequenos Crimes Conjugais.