Jorge Jesus mantém confiança em Otamendi: "É ele e mais dez"
Otamendi tem estado debaixo de fogo, mas Jorge Jesus não o vai deixar queimar. O defesa central tem comido erros que têm custado golos sofridos e pontos ao Benfica, mas o treinador garantiu esta quarta-feira, que, amanhã, frente ao Lech Poznam "é ele e mais dez".
"Ainda não vi o Otamendi desde o jogo [Marítimo]. Ontem treinámos com os jogadores que não jogaram na Madeira. E ele fez um trabalho de recuperação funcional. Não estive com ele. Mas o que conheço do Otamendi e o que ele demonstrou no jogo, depois daquele lance [golo do Marítimo], fez dos melhores jogos no Benfica. Isso dá um sinal de que aquilo não o afetou. Se não o afetou durante o jogo, muito menos afetará amanhã. É um jogador experiente. De seleção argentina. Sabe o valor dele e que aquilo acontece aos melhores. Ainda não falei com o Otamendi. Não sei do ponto de vista físico como está, mas se estiver bom, amanhã é ele e mais dez", explicou o técnico encarnado.
Além do erro e Otamendi, o jogo com os insulares de segunda-feira, no encerramento da jornada 8 da I Liga 2020-21 foi pródigo em casos e polémicas. O Benfica esteve a perder, mas deu a volta ao marcador e venceu por 2-1, levando Jesus à loucura no banco. O treinador acusou Lito de antijogo e respondeu rudemente a uma jornalista - disse que era natural que ela não soubesse o que era qualidade de jogo -, sendo acusado de machismo. Uma carapuça que ele não mete.
"Acho que as acusações são injustas. Respondi a um jornalista. Não se é branco, preto, se é senhora ou um cavalheiro. Respondi que não estava de acordo com a pergunta que me fez. Machismo? Não sei o que é isso. No Brasil trabalhei com tantas jornalistas brasileiras. Essa carapuça não me entra. Também sei que hoje as sociedades são muito mascaradas. Essa é uma notícia mascarada", afirmou o técnico do Benfica sobre o caso que motivou um comunicado do Clube Nacional de Imprensa Desportiva (CNID) a pedir mais decoro ao técnico.
Jesus não enfiou a carapuça nem viu no caso motivo para pedir desculpa. Assim como não o fez com Lito ou o Elvas. "A emotividade e ansiedade dos jogos não é a mesma coisa sem público. Continuo a ser um treinador participativo no jogo. Não consigo estar no jogo sem participar nele. Agora, tenho tido mais cuidado, é um facto. Porque qualquer palavra que eu diga no domínio público pode trazer discussão e polémica. Tento, não é esconder-me, mas conter-me. Com os adeptos ninguém ouve o que eu digo. Sem adeptos ouve-se tudo o que eu digo", disse o treinador.
Frente ao Lech, "o objetivo é o apuramento". Vitória ou empate dão apuramento aos encarnados. "Temos de olhar jogo a jogo. Via ser jogo difícil, fizemos quatro golos na polónia, mas esta equipa tem qualidade e amanha têm a ultima chance se vencer o Benfica. Vamos ter jogo difícil, com maior ou menos dificuldade temos que garantir o apuramento" avisou Jesus, que está a "pensar" convocar Nuno Tavares e os recuperados covid-19, Darwin e Weigl.
E qual a tática? Irá apostar de novo em três centrais? "De momento ainda não. Ainda não nos organizamos num processo muito forte em linha de quatro para poder passar já para linha de três. Nos meus primeiros dez anos de treinador jogava assim. Passaram 30 anos e eu já andava à frente há muito tempo. É um sistema de jogo difícil de se trabalhar. Ainda não o trabalhei tanto como gostava. Outra coisa é poderes alterar durante cinco ou dez minutos. Mas para começar ainda não tenho a equipa preparada para isso", respondeu, garantindo ainda que jamais se queixará por jogar de dois em dois dias, pois é sinal que ainda está nas competições todas.