Jogou com o sobrinho mas agora recusa dividir jackpot" de um milhão
Uma canadiana reformada pediu ao sobrinho para submeter um boletim para o sorteio "Chase the Ace", uma espécie de Totoloto do Canadá. Pediu-lhe para assinar também, alegando que o nome do jovem lhe dava sorte. Mas agora, que o ganhou um "jackpot" de um milhão de euros, Barbara Reddick recusa dividir o prémio. "Vou levá-lo a tribunal", anunciou.
Assim que soube que se tornara milionária, Reddick disse que o bilhete era só dela e que o sobrinho não tinha direito a metade do valor, conta o The Vancouver Sun.
Tyrone MacInnis, de 19 anos, defende que tem direito à sua parte - o seu nome está ao lado do da tia -, e os pais do jovem também já se envolveram na discussão.
A tia garante que vai lutar por ficar com o prémio na totalidade e que nem o facto de considerar o sobrinho "como um filho" a fará esquecer aquilo que diz ser "mentira". "Nunca falei de dinheiro com ele", afirma. E já nem lhe vai dar os cerca de 150 mil euros que pensou destinar-lhe.
Na altura de receberem o prémio, esta quinta-feira, os dois foram chamados e seguraram, ambos, o cheque gigante com o valor ganho. Foi no meio de cumprimentos e aplausos que a reformada anunciou que iria levar o sobrinho a tribunal.
O prémio deste jogo chamado "Chase the Ace" vai acumulando até que o proprietário do bilhete sorteado tenha a sorte grande: escolhe uma carta e se aparecer o Ás de Espadas, além do prémio inicial, leva ainda o valor acumulado. Foi o que aconteceu com a canadiana, que nem sequer esteve presente no ato de escolher a carta: foi uma voluntária que a retirou.
Parte do valor dos boletins vendidos para o sorteio reverte para causas sociais. Neste caso, o valor destina-se a uma corporação de bombeiros canadiana.
A organizadora do evento em que foi entregue o cheque disse que o episódio "não foi bonito", principalmente porque a discussão aconteceu em frente às câmaras de televisão.
Nos comentários ao post do Facebook onde surge a imagem de tia e sobrinho a receberem o prémio, vários internautas criticam a atitude de Barbara Reddick e advertem a canadiana para a possibilidade de vir a gastar todo o dinheiro em advogados.
O caso é semelhante ao dos ex-namorados de Barcelos, Luís Ribeiro e Cristina Simões, que acabaram por ser condenados pelo tribunal a dividir os 15 milhões de euros do prémio do Euromilhões que ganharam em janeiro de 2009. O juiz interpretou o caso como um um contrato de sociedade com a repartição dos lucros (o prémio) consoante as entradas (os valores jogados no boletim).
O juiz deu como provado ser prática corrente entre os então namorados de Barcelos jogarem a meias o Euromilhões - logo, em casos de prémio, seria para dividir equitativamente o respetivo prémio, isto é, a meias, conforme decidiu o magistrado. A sentença confirma o entendimento que para efeito da ação cautelar de "congelamento" da conta bancária de Cristina Simões onde está todo o dinheiro, já tinham expresso primeiro o Tribunal Cível de Lisboa e depois a a Relação de Guimarães.
Na altura, o juiz queixou-se publicamente das dificuldades que os depoimentos contraditórios dos antigos namorados e das testemunhas, a ponto de ser aquele o julgamento mais difícil em 20 anos de carreira.
Ao longo da sentença, constituída por 41 folhas, o juiz conclui que "os factos, tidos como demonstrados, apontam para a existência de um acordo entre Luís Carlos e Cristina Simões, visando a repartição de eventuais prémios".
Para o magistrado "o primeiro deu a sua colaboração preenchendo o boletim, procedendo ao registo do mesmo e efetuando o respetivo pagamento" e que "a segunda prestou uma colaboração intelectual que consistiu na elaboração de uma das chaves".