Jill Biden. Pela primeira vez uma primeira-dama vai manter o emprego

Além de desempenhar as funções de primeira-dama, a mulher de Joe Biden vai continuar a dar aulas de inglês na Virgínia do Norte.
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"Ela é uma educadora. Para os educadores da América, este é um grande dia para vocês! Terão uma na Casa Branca." A afirmação de Joe Biden sobre a mulher durante o primeiro discurso após o anúncio da vitória nas eleições presidenciais já denotava o que seriam as prioridades da futura primeira-dama. O que ainda não se sabia é que Jill Biden, de 69 anos, pretende continuar a dar aulas depois de o marido tomar posse - cerimónia agendada para 20 de janeiro. Foi isso mesmo que confirmou, no domingo, Michael LaRosa, porta-voz da futura primeira-dama.

Jill Biden vai manter-se como professora de inglês na Virgínia do Norte, numa universidade onde leciona há uma década. Ao mesmo tempo irá desempenhar as funções de primeira-dama. "Está focada em construir a sua equipa e desenvolver as suas prioridades com destaque na educação, famílias de militares e veteranos e cancro", detalhou LaRosa. Nada que seja novo para Jill que conheceu bem a Casa Branca quando o marido foi vice-presidente no mandato de Barack Obama.

Durante esse período, também não interrompeu a carreira de docente e manteve-se a dar aulas, sem deixar para segundo plano o seu papel na Casa Branca, com destaque, claro está, para a educação, promovendo a importância do papel das faculdades comunitárias "no desenvolvimento da força de trabalho dos EUA".

Nessa altura, Jill também ajudou famílias de militares e veteranos no acesso a programas de educação e emprego, juntamente com a primeira-dama Michelle Obama, e foi um dos rostos nas campanhas de prevenção do cancro da mama.

Antes, em 1993, a professora já reunia esforços no combate ao cancro da mama. Foi nesse ano que, após quatro amigas terem sido diagnosticadas com a doença, criou a Biden Breast Health Initiative. Com esta instituição sem fins lucrativos, mais de 10 mil jovens mulheres, do secundário, aprenderam sobre a "importância da deteção precoce do cancro da mama", lê-se na sua biografia.

Também foi cofundadora da Book Budies, que tem como objetivo doar livros a crianças, cujas famílias têm poucos recursos financeiros.

"Ensinar não é o que faço. É o que sou", escreveu, em agosto, nas redes sociais. Uma declaração que ilustra bem a paixão da segunda mulher de Biden pelo ensino, ao qual se tem dedicado há mais de três décadas.

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Uma presença ativa na campanha presidencial, foi a partir de uma sala de aula em Delaware, onde lecionou inglês entre 1991 e 1993, que Jill proferiu o seu discurso na Convenção Nacional Democrata após o marido ter sido nomeado candidato na corrida à Casa Branca.

"Educadora para toda a vida", "mãe de militar", "avó", "irmã" e "mulher de Joe Biden". É assim que a mais velha de cinco irmãs, nascida no estado de Nova Jersey, se descreve no Twitter. Foi na rede social que celebrou com o mundo a vitória de Biden. "Ele será o presidente de todas as nossas famílias", destacou.

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A história de amor dos dois começa em 1975, três anos depois de Biden perder a mulher e a filha num acidente de carro, em 1972 (os filhos Beau e Hunter sobreviveram).

Jill contou que foi apresentada ao então senador pelo irmão. Na altura, ainda estava na faculdade e não imaginava uma vida ao lado de Biden, nove anos mais velho. "Isto não vai funcionar, nem em um milhão de anos", pensou quando o viu, conforme contou à revista Vogue

Biden pediu-a em casamento cinco vezes até ela responder, finalmente, o tão desejado "sim". "Eu não podia permitir que eles [os filhos de Joe] perdessem outra mãe. Portanto, eu precisava ter 100% de certeza", explicou. Casaram-se em 1977, em Nova iorque, e têm uma filha em comum, Ashley, de 39 anos.

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Doutorada em Educação, Jill ensinava inglês numa faculdade comunitária em Delaware, numa escola pública e num hospital psiquiátrico para adolescentes antes de se mudar para Washington. Desde 2009 que leciona inglês na universidade da Virgínia do Norte e é o que pretende continuar a fazer a partir de 20 de janeiro, dia em que o marido irá tomar posse como o 46º presidente dos EUA.

Já em relação ao marido de Kamala Harris, ainda não se sabe se vai dedicar-se a 100% a acompanhar a mulher eleita vice-presidente, a primeira a desempenhar o cargo na história dos EUA.

Douglas Emhoff tirou uma licença do trabalho como sócio no escritório de advocacia DLA Piper, muito porque queria evitar possíveis conflitos de interesse, refere o The Washington Post. Certo é que, tal como a mulher, já está a fazer história por ir desempenhar as funções de "segundo cavalheiro", o que também nunca tinha acontecido.

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