É com um concerto dos americanos The Roots que hoje tem início mais uma edição do Cool Jazz Fest. No dia seguinte é a vez de Jessie J subir ao palco de Cascais, onde a cantora e compositora inglesa de 31 anos promete "um regresso em grande a Portugal", um país que sempre a recebeu "muito bem", como fez questão de sublinhar nesta entrevista ao DN. O festival prolonga-se depois até ao final do mês com atuações de gente tão diversa como Jamie Cullum, Diana Krall, Tom Jones ou Kraftwerk..Começou a cantar muito cedo, com apenas 11 anos, no musical Whistle Down the Wind, de Andrew Lloyd Webber, em cena no West End. Já então queria ser cantora e uma estrela pop? Nem por isso. Aliás, quando olho para trás, para esses tempos, o que mais recordo era do quanto gostava de fazer as pessoas felizes, enquanto cantava. Ver a minha família e os meus amigos a ouvirem-me cantar, isso sim, era o mais importante e não tanto ser famoso..Foi por isso que demorou tanto tempo a atingir o estrelato, quando algumas músicas, escritas por si, já eram grandes êxitos nas vozes de outros artistas, como Miley Cyrus, Rihanna ou Justin Timberlake, entre outros? Acima de tudo queria fazer música e foi por isso que também assinei um contrato como compositora com uma editora, além de um de artista. Lá está, apenas queria fazer as pessoas sorrirem com a minha música, fosse ou não cantada por mim. E quando ouvi pela primeira vez uma canção minha na rádio, cantada pela Miley Cyrus, senti um orgulho enorme e não me preocupei nada se as pessoas sabiam ou não quem eu era, até porque o conceito de fama mudou bastante nesta última década. Basta pensar em estrelas do passado, como a Aretha Franklin ou a Whitney Houston, para perceber como tudo está diferente..Mas depois, em 2011, tudo mudou, com o disco de estreia Who You Are, especialmente devido ao singleDo It like a Dude, que praticamente a transformou numa estrela pop de um dia para o outro... Sim, é verdade. Curiosamente esse tema até foi escrito para ser cantado pela Rihanna, mas a minha editora praticamente obrigou-me a ficar com a canção, para ser o single do meu álbum de estreia..É verdade que chegou a ser expulsa de um coro, na escola, por cantar muito alto? Sim, é verdade (risos). Tinha um professor de canto muito estranho, que não gostava nada da minha voz e expulsou-me. Pouco tempo depois, entrei para o elenco de Whistle Down the Wind..Alguma vez reencontrou esse professor? Não, nunca mais o vi e possivelmente já nem o reconheceria se tal acontecesse..São famosas as suas posições públicas sobre os mais diversos temas sociais, especialmente sobre questões que têm que ver com a liberdade individual de cada um. Pretende com isso ser um exemplo e um modelo a seguir para os seus fãs, especialmente os das gerações mais novas?Gostaria muito de o ser, mas mais uma vez as redes sociais mudaram por completo o conceito de modelo a seguir. Percebi que, nos dias de hoje, isso significava render-me à vontade dos outros e com isso deixar de ser quem realmente sou. Portanto, neste momento, prefiro que me vejam como uma fonte de inspiração e não tanto como um modelo a seguir..Não é a mesma coisa? Não, porque a verdade é diferente para cada um de nós. Por outro lado, ninguém é totalmente perfeito e nunca se consegue fazer tudo o que os outros esperam de nós. Podemos tentar e disfarçar muito bem, mas é impossível. E hoje em dia as pessoas criam uma imagem de ti e simplesmente não te deixam mudar..Sente isso com os seus fãs? Não, muito pelo contrário, temos uma relação muito respeitosa, tenho muita sorte a esse nível..Porque é que chama os seus fãs de heartbeats? Tive uma doença cardíaca em criança que mais tarde, aos 18 anos, me provocou um pequeno AVC. Chamo-lhes isso porque sem eles não poderia ser eu, tal como acontece com os batimentos cardíacos, sem eles não podemos viver. Podia ter-lhes chamado Jessiejettes (risos), mas não era a mesma coisa. Heartbeats tem um significado muito forte para mim..O que podem esperar os fãs portugueses deste concerto no Cool Jazz Fest? Podem esperar muita participação do público, como sempre acontece sempre que atuo em Portugal, o que me obriga a cantar muito alto e de maneira forte, como eu gosto. E podem também esperar muitas piadas parvas, mas creio que já estão habituados a isso (risos). Posso garantir que vamos dar tudo o que temos, não só eu e os músicos, em palco, mas também toda a equipa que me acompanha nesta digressão. E vamos, claro, tocar os êxitos que todos querem ouvir. Queremos dedicar este espetáculo a um membro da nossa equipa, que morreu no ano passado, fazendo uma enorme festa no palco, como ele gostava..Cool Jazz Fest.Cascais, 9 a 31 de julho.The Roots + HMB, Hipódromo Manuel Possolo, 9 de julho, terça 20.30. €40 a €55.Jessie J + Best Youth, Hipódromo Manuel Possolo, 10 de julho, quarta 20.30. €40 a €75.Snarky Puppy + Jacob Collier, Parque Marechal Carmona, 16 de julho, terça 20.00. €35 a €45.Jamie Cullum + Jéssica Pina, Hipódromo Manuel Possolo, 20 de julho, sábado 20.30. €25 a €70.Diana Krall + Francisco Sales, Hipódromo Manuel Possolo, 24 de julho, quarta 20.30. €30 a €75.Tom Jones + Os Quatro e Meia, Hipódromo Manuel Possolo, 25 de julho, quinta 20.30. €45 a €140.The Black Mamba + Churky, Hipódromo Manuel Possolo, 27 de julho, sáb 20.30. €5.Kraftwerk, Hipódromo Manuel Possolo, 31 de julho, quarta 20.30. €25 a €55
É com um concerto dos americanos The Roots que hoje tem início mais uma edição do Cool Jazz Fest. No dia seguinte é a vez de Jessie J subir ao palco de Cascais, onde a cantora e compositora inglesa de 31 anos promete "um regresso em grande a Portugal", um país que sempre a recebeu "muito bem", como fez questão de sublinhar nesta entrevista ao DN. O festival prolonga-se depois até ao final do mês com atuações de gente tão diversa como Jamie Cullum, Diana Krall, Tom Jones ou Kraftwerk..Começou a cantar muito cedo, com apenas 11 anos, no musical Whistle Down the Wind, de Andrew Lloyd Webber, em cena no West End. Já então queria ser cantora e uma estrela pop? Nem por isso. Aliás, quando olho para trás, para esses tempos, o que mais recordo era do quanto gostava de fazer as pessoas felizes, enquanto cantava. Ver a minha família e os meus amigos a ouvirem-me cantar, isso sim, era o mais importante e não tanto ser famoso..Foi por isso que demorou tanto tempo a atingir o estrelato, quando algumas músicas, escritas por si, já eram grandes êxitos nas vozes de outros artistas, como Miley Cyrus, Rihanna ou Justin Timberlake, entre outros? Acima de tudo queria fazer música e foi por isso que também assinei um contrato como compositora com uma editora, além de um de artista. Lá está, apenas queria fazer as pessoas sorrirem com a minha música, fosse ou não cantada por mim. E quando ouvi pela primeira vez uma canção minha na rádio, cantada pela Miley Cyrus, senti um orgulho enorme e não me preocupei nada se as pessoas sabiam ou não quem eu era, até porque o conceito de fama mudou bastante nesta última década. Basta pensar em estrelas do passado, como a Aretha Franklin ou a Whitney Houston, para perceber como tudo está diferente..Mas depois, em 2011, tudo mudou, com o disco de estreia Who You Are, especialmente devido ao singleDo It like a Dude, que praticamente a transformou numa estrela pop de um dia para o outro... Sim, é verdade. Curiosamente esse tema até foi escrito para ser cantado pela Rihanna, mas a minha editora praticamente obrigou-me a ficar com a canção, para ser o single do meu álbum de estreia..É verdade que chegou a ser expulsa de um coro, na escola, por cantar muito alto? Sim, é verdade (risos). Tinha um professor de canto muito estranho, que não gostava nada da minha voz e expulsou-me. Pouco tempo depois, entrei para o elenco de Whistle Down the Wind..Alguma vez reencontrou esse professor? Não, nunca mais o vi e possivelmente já nem o reconheceria se tal acontecesse..São famosas as suas posições públicas sobre os mais diversos temas sociais, especialmente sobre questões que têm que ver com a liberdade individual de cada um. Pretende com isso ser um exemplo e um modelo a seguir para os seus fãs, especialmente os das gerações mais novas?Gostaria muito de o ser, mas mais uma vez as redes sociais mudaram por completo o conceito de modelo a seguir. Percebi que, nos dias de hoje, isso significava render-me à vontade dos outros e com isso deixar de ser quem realmente sou. Portanto, neste momento, prefiro que me vejam como uma fonte de inspiração e não tanto como um modelo a seguir..Não é a mesma coisa? Não, porque a verdade é diferente para cada um de nós. Por outro lado, ninguém é totalmente perfeito e nunca se consegue fazer tudo o que os outros esperam de nós. Podemos tentar e disfarçar muito bem, mas é impossível. E hoje em dia as pessoas criam uma imagem de ti e simplesmente não te deixam mudar..Sente isso com os seus fãs? Não, muito pelo contrário, temos uma relação muito respeitosa, tenho muita sorte a esse nível..Porque é que chama os seus fãs de heartbeats? Tive uma doença cardíaca em criança que mais tarde, aos 18 anos, me provocou um pequeno AVC. Chamo-lhes isso porque sem eles não poderia ser eu, tal como acontece com os batimentos cardíacos, sem eles não podemos viver. Podia ter-lhes chamado Jessiejettes (risos), mas não era a mesma coisa. Heartbeats tem um significado muito forte para mim..O que podem esperar os fãs portugueses deste concerto no Cool Jazz Fest? Podem esperar muita participação do público, como sempre acontece sempre que atuo em Portugal, o que me obriga a cantar muito alto e de maneira forte, como eu gosto. E podem também esperar muitas piadas parvas, mas creio que já estão habituados a isso (risos). Posso garantir que vamos dar tudo o que temos, não só eu e os músicos, em palco, mas também toda a equipa que me acompanha nesta digressão. E vamos, claro, tocar os êxitos que todos querem ouvir. Queremos dedicar este espetáculo a um membro da nossa equipa, que morreu no ano passado, fazendo uma enorme festa no palco, como ele gostava..Cool Jazz Fest.Cascais, 9 a 31 de julho.The Roots + HMB, Hipódromo Manuel Possolo, 9 de julho, terça 20.30. €40 a €55.Jessie J + Best Youth, Hipódromo Manuel Possolo, 10 de julho, quarta 20.30. €40 a €75.Snarky Puppy + Jacob Collier, Parque Marechal Carmona, 16 de julho, terça 20.00. €35 a €45.Jamie Cullum + Jéssica Pina, Hipódromo Manuel Possolo, 20 de julho, sábado 20.30. €25 a €70.Diana Krall + Francisco Sales, Hipódromo Manuel Possolo, 24 de julho, quarta 20.30. €30 a €75.Tom Jones + Os Quatro e Meia, Hipódromo Manuel Possolo, 25 de julho, quinta 20.30. €45 a €140.The Black Mamba + Churky, Hipódromo Manuel Possolo, 27 de julho, sáb 20.30. €5.Kraftwerk, Hipódromo Manuel Possolo, 31 de julho, quarta 20.30. €25 a €55