A alternativa política, de esquerda, precisa da "convergência de democratas e patriotas, da luta dos trabalhadores e do povo" e do "reforço do partido, afirmou Jerónimo de Sousa no discurso com que encerrou o congresso, no pavilhão Paz e Amizade, em Loures, Lisboa.."Alternativa política que não é possível só com o PCP, mas também não será possível sem o PCP", disse Jerónimo, eleito pela quinta vez..URGENTE PCP/Congresso: Jerónimo de Sousa eleito líder pela quinta vez.No discurso, de pouco mais de 15 minutos, o secretário-geral comunista reclamou ainda "os avanços" que disse terem sido conseguidos pelo partido e que levaram a bancada comunista a abster-se e a viabilizar o Orçamento..E sem nunca o citar, criticou o Bloco de Esquerda por ter ficado de fora do entendimento para viabilizar o Orçamento do Estado, esta semana..É certo que, admitiu, foi um "caminho de ficou curto porque o PS não se liberta das suas escolhas e opções", que o PCP associa às "políticas de direita". "Mas enquanto alguns desistiam, se há avanços, medidas consagradas dirigidas aos trabalhadores, aos reformados, às pequenas empresas, à cultura, ao Serviço nacional de Saúde e aos seus profissionais, todas têm a marca, a contribuição, a proposta do PCP", afirmou..Jerónimo garantiu ainda que não está "a prazo datado, nem em período experimental", aos delegados ao congresso do PCP, em Loures. A frase foi improvisada, não estava discurso escrito distribuído pelo partido e surgiu quando se referiu às votações feitas no congresso e pelo comité central.."Não estamos aqui a prazo datado, nem em período experimental, mas sim disponíveis para fazer o que temos de fazer, o que o congresso decidiu", disse, na única referência a questões internas do partido e do congresso. O mandato dos órgãos eleitos neste congresso, o XXI, é de quatro anos, até 2024. O secretário-geral é, pelos estatutos, eleito pelo comité central do partido..À saída do congresso, questionado insistentemente sobre se irá cumprir integralmente os próximos quatro anos à frente dos comunistas, Jerónimo de Sousa assegurou estar "com força". "Não estou a prazo", repetiu, antes de entrar para a viatura do PCP que o costuma transportar, com os seguranças a apressarem o abandono do recinto..Aos 73 anos e líder do PCP há 16 - o secretário-geral com maior longevidade a seguir ao histórico Álvaro Cunhal, o ainda deputado e antigo operário metalúrgico revelou-se "com energia, com força [para a luta]". "Eu força terei, se não tiver é que não posso...", brincou ainda..O XXI Congresso do PCP terminou cerca das 12:30, após o discurso do secretário-geral eleito, com os hinos "Avante Camarada" e a Internacional, e os delegados de pé e punho erguido..Os delegados ouviram por fim o Hino Nacional e os trabalhos foram declarados encerrados às 12:28, no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures, com alertas de que "é absolutamente essencial" que, na saída, cumpram o "distanciamento físico" e as medidas de proteção sanitária..Também por razões sanitárias, foi pedido aos delegados que deixassem as cadeiras no lugar, ao contrário do que é habitual nos congressos comunistas, em que todos participam na arrumação do local no final dos trabalhos.."Assim se vê a força do PC" e "PCP/PCP" foram as palavras de ordem proferidas pelos delegados, que empunhavam as bandeiras vermelhas comunistas, num ritual que foi breve.