Jardim Botânico Tropical fecha ao público para obras "profundas". Tem até domingo para visitar
Se está a pensar conhecer o Jardim Botânico Tropical, situado em Belém, a partir de segunda-feira, dia 7 de janeiro, adie a visita por uns meses. É que este espaço centenário, de cerca de quatro hectares e meio, vai ser alvo de uma intervenção de reabilitação "bastante profunda", que deverá ficar concluída em três anos.
Trata-se da primeira de quatro fases e na qual estão programas intervenções nas infraestruturas básicas do jardim tropical, como os caminhos, as condutas de água, da rega, da energia e nos edifícios. Prevê-se que as obras nesta fase tenham uma duração de nove meses, mas estima-se que no prazo de três a quatro meses o Jardim Botânico Tropical seja reaberto ao público de forma parcial, como conta ao DN o vice-reitor da Universidade de Lisboa, José Pinto Paixão.
"Teremos um programa que vai muito além desta intervenção, que é mais ao nível paisagístico. Intervém fundamentalmente em todas as infraestruturas, em todos os elementos de água, em particular a recuperação do lago principal e a reposição de algumas espécies botânicas ameaçadas, como as palmeiras", especifica.
Como resultado destas obras vão estar abertas ao público áreas que há décadas não eram visitáveis. "São novos espaços com elementos muito interessantes do ponto de vista botânico", diz José Pinto Paixão. Refere-se, por exemplo, ao Jardim dos Catos, que tem "uma riqueza botânica excecional".
Nestas primeiras grandes obras de reabilitação desde a década de 40 do século passado está previsto recuperar "um vasto conjunto de edifícios", do qual se destaca a estufa principal. Um espaço que nunca foi reabilitado e que tem estado encerrado ao público, que ainda assim pode ser visto do lado de fora. As duas estufas de chá e café, que estão junto à principal também vão ser reabilitadas. O Palácio dos Condes da Calheta, que fica no topo do Jardim Botânico Tropical, antigo Museu Agrícola do Ultramar, irá ser igualmente alvo de intervenção.
As obras nestes dois edifícios vão acontecer numa fase posterior estando previsto o seu início no segundo semestre deste ano, no caso da estufa. E o Palácio dos Condes da Calheta vai entrar em obras no final do ano "quase certamente". Mas tudo depende "dos processos burocráticos, da legislação pública de contratação pública, que têm de ser cumpridos", explica o vice-reitor da Universidade de Lisboa.
No caso do Palácio há igualmente a vontade de instalar, no final de 2020, uma exposição permanente sobre "a influência dos descobrimentos na ciência portuguesa" e vice-versa.
As quatro fases previstas para a reabilitação do Jardim Botânico Tropical deverão ficar concluídas "em 36 meses". Mas basta a primeira fase da intervenção, que engloba os nove meses de obras, a começar já na segunda-feira, para ver "a renovação muito significativa" no Jardim Botânico Tropical.
"As pessoas vão notar a diferença para muito melhor", assegura José Pinto Paixão, referindo-se aos cerca de 150 mil visitantes que o jardim recebe anualmente.
Os valores desta extensa obra de reabilitação, "que são decorrentes da contratação pública", ronda os 1,5 milhões de euros, uma verba referente à primeira fase de reabilitação, explica o vice-reitor da Universidade de Lisboa. "Se somarmos tudo é uma verba que ronda os quatro a cinco milhões de euros".
Um investimento na renovação do jardim tropical e nas condições que oferece ao visitante vão ser refletidas no valor do preço do bilhete, que custa agora dois euros. "Necessariamente vai ter de aumentar e será natural que se aumente porque vamos disponibilizar melhores condições de visita e mais espaços visitáveis", justifica José Pinto Paixão. Não há, no entanto, uma decisão tomada sobre o novo preço de entrada para o Jardim Botânico Tropical.
Horários: Aberto até domingo. Segunda-feira, dia 7 de janeiro, encerra para obras de reabilitação. De outubro a março: 09:00 às 17:00. De abril a setembro: 09:00 às 20:00
Preço dos bilhetes
Adultos: 2 euros
Dos 12 aos 18 anos e maiores de 65 anos: 1 euro
Cartão anual: 20 euros
Morada: Largo dos Jerónimos
Como chegar:
Autocarros: 714, 727, 728 e 729
Elétricos: 15 e 18
Comboio: Linha Cais do Sodré-Cascais (Estação de Belém)