Ivanka tem projeto para ajudar mulheres. Lei de Trump pode condenar iniciativa
Ivanka Trump já tem um novo projeto entre mãos, uma iniciativa da Casa Branca que visa melhorar a vida económica de mulheres em países em desenvolvimento, mas o mesmo pode falhar por causa de uma decisão do próprio Presidente Trump.
Donald Trump recuperou uma lei que, desde Ronald Reagan, todos os presidentes republicanos aplicam, para impedir que organizações não-governamentais americanas no exterior recebam dinheiro do governo dos Estados Unidos se envolver projetos de planeamento familiar e muito menos realizarem abortos.
Segundo o site Vox, os 300 milhões de dólares (265 milhões de euros) destinados à Iniciativa de Desenvolvimento Global e Prosperidade das Mulheres, que procura capacitar economicamente 50 milhões de mulheres em países estrangeiros, podem esbarrar naquela política da administração Trump, avisam especialistas em igualdade de género.
Os defensores da igualdade de género estão céticos com a eficácia da iniciativa defendida pela Casa Branca, deixando os direitos reprodutivos de fora da conversa, de acordo com uma análise da iniciativa da Coalition for Women"s Empowerment and Equality (Plataforma para o Empoderamento e Igualdade da Mulher).
Se Ivanka Trump quiser "eliminar as barreiras legais, regulatórias e culturais" à participação económica, a consultora sénior do presidente americano e sua filha, também terá de lidar com as necessidades comuns de contraceção, avaliou Teresa Casale, investigadora do Centro Internacional de Pesquisa sobre as Mulheres, que integra a plataforma. Mas essa parte, notou, "está ausente" da iniciativa.
Com a regra da proibição de financiamento, que a administração Trump não apenas recuperou como também alargou, as organizações que lidam com estas questões estão de mãos atadas.
A Plataforma para o Empoderamento e Igualdade da Mulher, fundada depois de Ivanka Trump ter defendido no início do mandato do seu pai que queria apoiar as mulheres por todo o mundo, analisou o plano e elogiou a ideia de um pilar que aborda os fatores ambientais por, muitas vezes, limitarem a tomada de decisão económica pelas mulheres, como a obtenção de crédito, a propriedade, a herança e o trabalho de assistência não remunerado.
A inclusão de fatores ambientais é "sem precedentes", notam especialistas, por "reconhecer as questões de direitos económicos, nas quais o governo dos EUA não tem sido um líder em nenhuma administração".
No site do plano, a avaliação também elogiou a inclusão da violência baseada no género como um fator que limita as mulheres.
A visão de Donald Trump é outra: "As mulheres americanas demonstram todos os dias que, quando as mulheres são livres para prosperar e prosperar, elas criam empregos, fortalecem as nossas comunidades e trazem mais paz e prosperidade para a nossa nação e para todo o mundo", afirmou, quando há duas semanas assinou no Salão Oval um memorando a criar o projeto e a dedicar-lhe um valor inicial de 50 milhões de dólares, um pouco acima de 44 milhões de euros.