Itália termina concessão de auto-estradas à empresa gestora da ponte que caiu
O presidente do Governo italiano, Giuseppe Conte, anunciou esta sexta-feira que comunicou oficialmente à empresa Autostrade que deu início ao procedimento para terminar a concessão da gestão das estradas italianas, na sequência da queda parcial do viaduto em Génova, que evou à morte de mais 30 pessoas.
Em comunicado, Conte acusa a concessionária do grupo Atlantia, "que tinha a obrigação de ocupar-se da manutenção ordinária e extraordinária da autoestrada A10", de ser a responsável pela "tragédia da queda da ponte", que fez 38 vítimas mortais.
As autoridades estimam que possa haver ainda uma dezena de pessoas desaparecidas por baixo dos escombros, mas não há dados oficiais sobre estes desaparecidos. A Proteção Civil de Génova fala em cinco pessoas desaparecidas.
"A concessionária terá a possibilidade de comunicar as suas conclusões nos próximos 15 dias", acrescenta a nota do primeiro-ministro italiano, que surge numa altura em que as autoridades ainda estão à procura da(s) causa(s) concreta da queda parcial do viaduto.
A primeira hipótese que está a tomar forma, segundo a agência de informação espanhola Efe, é a de que uma das correias que prende o viaduto se tenha rompido, originando uma fenómeno semelhante a um tremor de terra, comentou aos órgãos de comunicação italianos o professor da Universidade de Engenharia de Génova que faz parte da comissão ministerial encarregada de esclarecer as causas do acidente.
A decisão do Governo italiano pode colocar em causa o futuro da empresa, que opera maioritariamente em Itália, e só no ano passado apresentou lucros de 3,6 milhões de euros, e acontece um dia antes do funeral de Estado para todas as vítimas mortais, cerimónia que irá decorrer no sábado, em Génova.