O ministro da Saúde israelita anunciou esta terça-feira que a partir da próxima semana os casais do mesmo sexo poderão ter filhos através do recurso a "barrigas de aluguer" em Israel, cumprindo uma decisão do Supremo Tribunal..Em julho, o Supremo Tribunal anulou partes de uma lei sobre gestação de substituição, que proibia os casais homossexuais de terem filhos deste modo em Israel..A alteração aconteceu depois de esse mesmo tribunal ter decidido, em 2020, que a lei - que tinha alargado o acesso daquela possibilidade às mulheres solteiras, mas excluía os casais homossexuais - "prejudicava desproporcionalmente o direito à igualdade e o direito à paternidade"..O Supremo Tribunal deu ao Governo do então primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, um ano para redigir uma nova lei, mas o Parlamento israelita não cumpriu o prazo.."Igualdade total. Esse é o pedido e o objetivo da luta LGBT, a longa luta da minha comunidade", disse o ministro da Saúde, Nitzan Horowitz, assumidamente homossexual..Horowitz acrescentou que a mudança na lei também alargará o acesso a "barrigas de aluguer" a homens solteiros e a pessoas transexuais..De acordo com as leis anteriores, os casais israelitas do mesmo sexo que procurassem tornar-se pais não podiam contratar uma "barriga de aluguer" e, muitas vezes, eram desencorajados deste objetivo pelos custos adicionais de encontrar uma solução no estrangeiro..O Estado israelita argumentava que a lei tinha como objetivo proteger as "mães de aluguer", mas o Supremo Tribunal decidiu que seria possível chegar a uma solução de compromisso que evitasse situações de discriminação..Em contraste com o que sucede em grande parte do Médio Oriente, muito conservador, Israel é geralmente tolerante com a comunidade LGBTQ, por exemplo, permitindo que homossexuais se possam alistar nas Forças Armadas..Ainda assim, permanecem obstáculos, como a ausência de permissão de casamento civil para pessoas do mesmo sexo.