Isabel Pires de Lima

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Eça de Queirós é uma “fatalidade” na vida de Isabel Pires de Lima, cuja tese de doutoramento foi sobre o autor de Os Maias, por isso é recorrente o regresso aos seus escritos – ainda recentemente voltou a dois contos daquele que é considerado o melhor escritor realista português do século XIX. “Quando se faz um trabalho destes sobre um clássico nunca mais nos livramos dele nem ele de nós”, diz a ex-ministra da Cultura em tom de brincadeira. Licenciada em Filologia Românica e doutorada em Literatura Portuguesa, lê “sempre várias coisas ao mesmo tempo”. No dia em que falou ao IN’, acabara de folhear as últimas páginas de Posta Restante, poesia a duas mãos por Manuel de Freitas [“gosto muito do trabalho dele”] e José Mário Silva, e avançara as primeiras páginas de Toda a Sexta-Feira, da brasileira Carola Saavedra, uma escritora da nova geração que relata uma rotina da psicanálise. Pires de Lima lê com frequência ensaio, poesia e ficção, especialmente os dois primeiros géneros, marcados por alguns regressos: “A poesia sem nenhuma razão aparente  – leio recorrentemente o André Breton – e o ensaio porque é uma coisa muito  informadora do pensamento, por isso costumo voltar a coisas que já li”, conta. Entre as releituras actuais consta O Homem Sem Qualidades, de Robert Musil, livro com o qual se encontrou “há muitos anos quando estava em França” e que decidiu revisitar: “Sou sempre muito atenta às traduções do João Barrento.” Mas não se fica por aqui o quotidiano literário da docente universitária, que vai lendo “um capítulo hoje, outro amanhã” [“não se lê de uma vez só”], de Os Livros Que não Escrevi, o mais recente de George Steiner.


'O Homem Sem Qualidades'
Robert Musil
Dom Quixote

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