Isabel II, Meghan e o racismo: 'Charlie Hebdo' deixa britânicos chocados
"Porque é que Meghan deixou Buckingham?", questiona a revista satírica Charlie Hebdo na sua edição da semana passada. A resposta é dada no cartoon da capa pela própria duquesa de Sussex, que surge representada deitada no chão, com o joelho da rainha Isabel II no seu pescoço: "porque já não podia respirar!".
A imagem e a frase, referentes à morte do afro-americano George Floyd por parte de um agente da polícia (que desencadeou uma onda de protestos da Black Lives Matter), surge depois da entrevista de Meghan e do marido, o príncipe Harry, a Oprah Winfrey, no qual revelaram um caso de racismo dentro da família real. Um dos membros terá perguntado, antes do filho do casal nascer, quão negro poderia ser o seu tom de pele.
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O cartoon da Charlie Hebdo deixou muitos britânicos chocados, tendo o tema sido um dos mais falados no Twitter. "Charlie Hebdo, isto é errado a todos os níveis. A rainha como o assassino de George Floyd, a esmagar o pescoço de Meghan? Meghan a dizer que não consegue respirar", escreveu Halima Begum, CEO da Runnymede Trust, um think tank britânico sobre igualdade racial. "Isto não quebra barreiras, faz alguém rir ou desafia o racismo. Rebaixa o problema e ofende, toda a gente", acrescentou.
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Para os tabloides britânicos, o cartoon é nojento.
"Explorar o trauma de George Floyd pelo lucro. Racismo ultrajante, nojento e fascista", comentou a associação de Advogados Negros e Asiáticos pela Justiça.
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Esta não é a primeira polémica a envolver os cartoons do Charlie Hebdo, que por várias vezes publicou caricaturas ofensivas do profeta Maomé, desencadeando protestos nos países de maioria muçulmana.
Em janeiro de 2015, a revista foi alvo de um atentado terrorista, tendo 12 funcionários morrido.