Irina teve de tirar o Islão do nome para entrar nos EUA e fazer carreira na moda

Ex-namorada de Cristiano Ronaldo cortou o apelido, que completo e no original russo significa líder do Islão, para deixar de ter significado. É uma das modelos mais requisitadas do mundo, mas chegou a plantar batatas e a trabalhar num hospital antes de ser <em>Miss</em> e entrar no mundo da moda.
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Para os portugueses ela será sempre a ex-namorada de Cristiano Ronaldo, mas Irina Shayk já é muito mais no mundo da moda e do showbizz. Escolhida por Jean-Paul Gaultier para a promoção do perfume Scandale e imagem de marca de marcas como a Intimissimi, Max Mara, Burberry e Hugo Boss e com centenas de capas de revistas de moda como a Vogue, a modelo russa teve de mudar para entrar nos EUA e fazer carreira. Para trás ficou o apelido - Shaykholislamova, que em russo significa líder do Islão.

Irina nasceu em 1986, durante os últimos anos da URSS, em Yemanzhelinsk, no extremo sul da região dos Urais e perto do Cazaquistão. O pai, Valery Shaykholislamov, um tártaro do Volga, uma minoria muçulmana e turca, representada por Ivan, o Terrível, era mineiro e descendente de uma família de dignitários religiosos, "sheiks do Islão". Valery morreu em 2000, antes de chegar aos 50 anos com problemas nos pulmões provocado pelo trabalho nas minas de carvão.

Irina, a mãe e irmã ficaram desamparadas e passaram por dificuldades, dedicando-se ao cultivo de tomates, pepinos e batatas no jardim da família. A musa Intimissimi trabalhou depois no hospital local para poder comprar o primeiro par de sapatos de salto. Mas a beleza revelava-se cada vez mais e Yemanzhelinsk torna-se pequena para ela. Em 2004 foi eleita Miss Chelyabinsk, capital da província, e contratada de imediato por uma agência de Moscovo, que ficava a 1700 metros de distância. Tinha 18 anos.

Foi depois enviada para Londres para melhorar o inglês. Não demorou até chegar a Paris, onde partilhou um apartamento com outras modelos, mas o objetivo era chegar aos EUA e à capital da moda, Nova Iorque. Ela tentou em vão, durante um ano, obter um visto para os EUA, antes de perceber que seu apelido era o entrave. Viviam-se tempos de guerra ao Islão e havia "paranóia" anti-muçulmana.

Foi então que ela decidiu apagar a ligação ao Islão do nome e se chamar apenas Irina Shayk. O texto do Le Monde, que agora conta a história, não especifica como o conseguiu, apenas que o fez. Foi já com essa nome que chegou aos EUA em 2007 e começou logo a fazer campanhas de fatos de banho e capas de revistas. O sucesso ultrapassou fronteiras e a russa voltou à Europa para desfiles e campanhas publicitárias.

Foi nessa altura que conheceu Cristiano Ronaldo, que jogava no Real Madrid. O romance com o então melhor jogador de futebol do mundo deu-lhe a projeção mundial que precisava para se afirmar no mundo da moda. Ela ambicionava chegar ao cinema e a Hollywood e foi esse o destino depois de se separar do jogador português. Casou e separou-se entretanto do ator Bradley Cooper e teve uma filha, em Los Angeles, em 2017, a que deu o nome de Léa De Seine Cooper... esquecendo de vez o apelido Shaykholislamova!

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