A incidência da bactéria 'Staphylococcus aureus' resistente ao antibiótico meticilina diminuiu em 2015, embora ainda atinja os 46 por cento, anunciou o diretor-geral da Saúde..Francisco George falava durante uma mesa-redonda sobre infeções associadas aos cuidados de saúde, no âmbito das conferências da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) "Saber investir, saber inovar"..A atividade desta bactéria em Portugal, responsável por muitas infeções em meio hospitalar, preocupa as autoridades de saúde. Segundo a Direção Geral da Saúde (DGS), a incidência deste agente resistente aumentou de 45,5 para 54,6 por cento, entre 2003 e 2011..O diretor geral da Saúde anunciou que esta percentagem baixou para 46% em 2015. Ainda assim, um valor preocupante. Segundo o Relatório Global sobre a Vigilância da Resistência aos Antimicrobianos - 2015, verificou-se nesse ano uma redução das taxas de resistência em alguns microrganismos multirresistentes, como a MRSA..A forma como as unidades de saúde combatem as infeções hospitalares não é uniforme. No debate, alguns responsáveis mostraram diferentes maneiras de tratar o problema..No Hospital São João, no Porto, cerca de 40 por cento dos doentes que dão entrada na urgência têm fatores de risco para rastreio à presença de agentes que causam infeções hospitalares, segundo o coordenador da Unidade de prevenção e controlo de infeção e de resistências aos antimicrobianos do Centro Hospitalar de São João..Carlos Alves explicou que a política do hospital é colocar estes doentes em isolamento, embora tal represente um custo acrescido para a instituição e um certo desconforto para os doentes..No Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, são rastreados todos os doentes que estiveram institucionalizados, são oriundos de lares, foram recentemente operados ou fazem hemodiálise, segundo o coordenador do Grupo de coordenação local do plano de prevenção e controlo de infeção e de resistências aos antimicrobianos desta unidade de saúde..Carlos Palos disse que o objetivo é "os doentes irem para o sítio certo quando deixarem o serviço de urgência". A Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos recorre a testes rápidos à presença de determinados agentes em doentes de risco, como os provenientes de lares, de outros hospitais ou que façam hemodiálise..Valquíria Alves, membro da Comissão de prevenção e controlo de infeção e de resistências aos antimicrobianos desta ULS, a possibilidade deste teste, que garante resultados em duas horas, melhorou significativamente as taxas de infeção..Consoante o resultado, o doente será, ou não, colocado em precaução, adiantou.