Incêndios 2017: Estado vai ser processado

O Movimento Associativo de Apoio às Vítimas de Midões (MAAVIM) vai avançar com um processo-crime devido a sentir que o Estado não cumpriu com as suas funções, tendo "abandonado" a população.
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Apesar de já ter ocorrido há mais de um ano, ninguém esquece o "pior dia de incêndios do ano", expressão utilizada em comunicado pela porta-vos da proteção civil, Patrícia Gaspar. Especialmente, os idosos, crianças e cidadãos estrangeiros que ainda esperam uma habitação. Nuno Tavares Pereira, porta-voz do MAAVIM, disse à Agência Lusa que, apesar das promessas, ainda existem "mais de mil pessoas sem habitação" e que alguns "morreram sem nunca a terem", daí a decisão de processar o Estado pelo "abandono" das vítimas.

O movimento coloca em causa o papel do Estado e afirma que este falhou pois os seus representantes "não atuaram como deviam" para minimizar as consequências da tragédia. "Muitas famílias vivem ainda no dia de hoje em rulotes, tendas, garagens, casas emprestadas, casas improvisadas, sem qualquer esperança de virem a ter o seu lar", salienta.

No sábado, entre as 16:00 e as 20:00, o movimento, com sede em Midões, Tábua, irá iniciar a recolha de assinaturas para juntar ao processo, ao longo de uma emissão realizada pela rádio Mundial, que será transmitida em mais de 50 estações de rádio para Portugal e comunidades portuguesas em diferentes países, que espera uma audiência de "mais ou menos um milhão de pessoas". O objetivo da emissão é dar voz às partes lesadas pelos incêndios, para poderem contar a sua verdade tendo em conta que "alguns processos ainda nem saíram da secretária" lamenta Nuno Tavares Pereira.

O incêndio que eclodiu junto a Vilarinho, concelho de Lousã atingiu 30 municípios, causou a morte de 50 pessoas, atingiu 1.500 casas afetou 430 empresas e colocou 5.000 postos de trabalho em risco e o movimento exige que os culpados sejam identificados e responsabilizados.

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