O presidente dos EUA, Donald Trump, fez uma aparição surpresa, de apenas uns minutos, para assistir à Cimeira da Ação Climática, nas Nações Unidas, mas não interveio..A presença de Trump na cimeira, que decorre em Nova Iorque, não era esperada, mas ainda assim o presidente norte-americano fez questão de se sentar durante alguns minutos no auditório onde decorriam os trabalhos, onde ouviu e aplaudiu o discurso do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi..Trump tinha usado a sua conta da rede social Twitter, no domingo, para partilhar uma mensagem de elogio que lhe fora dirigida pelo chefe do governo indiano e decidiu retribuir o gesto de simpatia ouvindo a participação de Modi nas Nações Unidas, onde dezenas de líderes mundiais procuram dar nova vida ao Acordo de Paris sobre o Clima..O presidente norte-americano não fez qualquer comentário sobre a cimeira e preferiu guardar a interação com os jornalistas para falar sobre a possibilidade de um processo de destituição no Congresso anunciado pelo Partido Democrata, dizendo que não está preocupado.."Não a levo nem um pouco a sério", disse Trump, questionado sobre como reagia à ameaça de impeachment no Congresso, depois de uma denúncia de que teria pressionado o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenski, a investigar as atividades empresariais do filho de um adversário democrata na próxima corrida à Casa Branca..Donald Trump está a ser acusado de ter feito um telefonema para Vladimir Zelenski, em julho passado, pressionando-o a investigar Hunter Biden, filho de Joe Biden, vice-presidente no mandato de Barack Obama e atual candidato à Casa Branca pelo Partido Democrata, por suspeita de irregularidades na sua ligação com uma empresa ucraniana. .Esta segunda-feira também, em declarações aos jornalistas, Trump admitira que o telefonema para Zelensky, a 25 de julho, teve um tom "congratulatório" e focou-se nos problemas da corrupção nos países da Europa de Leste, admitindo que poderá ter usado como exemplo a preocupação com o eventual envolvimento do filho de Joe Biden em negócios menos lícitos de uma empresa ucraniana, onde era administrador. Trump e Zelenski têm previsto um encontro, esta quarta-feira em Nova Iorque, no âmbito da Assembleia Geral da ONU..O caso surgiu na sequência de uma denúncia que foi divulgada pelo diretor interino do departamento de Inteligência Nacional, Joseph Maguire, que reportou o incidente ao Congresso, sem, contudo, prestar mais esclarecimentos, alegando privilégios presidenciais..A líder da maioria Democrata na Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, disse no domingo que, a menos que Joseph Maguire dê mais dados, a contenção de informação, por razões de privilégios presidenciais, poderá ser tomada como obstrução à justiça, passível de levar a um processo de destituição do presidente.."Já percebemos que tudo não passa de uma caça às bruxas orquestrada pelos Democratas", afirmou hoje Donald Trump, desvalorizando o assunto..Apesar do entendimento de Pelosi, a verdade é que o assunto não é consensual entre os Democratas. Neste momento, em 235 representantes, há 137 que apoiam a ideia de um impeachment a Trump. E apesar de na câmara dos Representantes a maioria ser Democrata, no Senado a maioria é do Partido Republicano. E, até agora, não há sinais de que os republicanos estejam dispostos a deixar cair Trump..No passado, alguns Democratas quiseram usar o relatório Mueller, sobre o alegado conluio entre o presidente e os russos para interferir nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA, para lançar a destituição de Trump. Levaram mesmo o ex-procurador especial Robert Mueller, autor do relatório, a testemunhar no Congresso. Mas sem sucesso. Ele manteve-se fiel ao que está escrito no relatório e não deu matéria à oposição para iniciar um processo de impeachment contra o atual presidente.