A rentabilização dos imóveis militares em 2018 rendeu 6,3 milhões de euros, dos quais só um quinto foi transferido para a Defesa e no final do ano, pelo que só em 2019 poderão financiar a melhoria e ou construção de novas instalações..A informação consta do relatório de execução da Lei de Infraestruturas Militares (LIM) relativo a 2018, enviado ao Parlamento pelo Ministério da Defesa e a que o DN teve acesso esta segunda-feira..Em rigor, a Defesa apenas tem direito a 90% das verbas geradas pelos diversos mecanismos de rentabilização - venda, aluguer, concessão, permita e parcerias, entre outros - do património militar sem utilização pelas Forças Armadas, que se destinam a ser investidos na construção de novas instalações ou na conservação, manutenção e modernização das existentes..Assim, dos 5,7 milhões gerados para os cofres da Defesa, as Finanças transferiram apenas 1,15 milhões (20%) "no final do ano" - que só este ano podem ser utilizados para os fins a que se destinam. O relatório é taxativo: "Não foi possível" contabilizar aquela verba e a "respetiva afetação, na medida em que a disponibilização da mesma ocorreu no final do ano e, ainda assim, foi somente uma pequena parte.".A alienação de parte da estação radionaval Almirante Ramos Pereira e a cedência de uso do Forte de São João Baptista (ambos em Esposende), as alienações da carreira de tiro de Esgueira (Aveiro) e de uma parcela de terreno na base aérea das Lajes (Açores) ou a venda do Quartel de São Brás (Porto) foram alguns dos imóveis executados em 2018..A Defesa recebeu ainda das Finanças 5,97 milhões de euros relativos à gestão de imóveis militares feita em anos anteriores a 2018 - transferidos também no fim do ano, pelo que só podem ser usados este ano..O relatório indica, porém, que as infraestruturas militares beneficiaram em 2018 de 2,8 milhões de euros de saldos relativos a 2017 e 31,5 mil euros de anos anteriores. Como foram investidos 2,7 milhões de euros, resultou um saldo de 154 mil euros..Em termos de saldos a transitar para 2019, o relatório diz haver 11,4 milhões de euros. Por comparação, o valor que transitou de 2017 para 2018 era de 17,5 milhões de euros..O relatório diz ainda que no ano passado foi paga uma despesa de 8,5 milhões de euros..Programa Revive.No caso dos imóveis históricos a concessionar a investimentos privados, no âmbito do Programa Revive e "para serem recuperados como recurso estratégico turístico", a Defesa diz que "teve em 2018 resultados positivos" e espera "que o mesmo ocorra em 2019"..O relatório sugere ainda parcerias com as autarquias para rentabilizar e preservar o "património que, pela sua especificidade, não é suscetível de ser transacionado ou tem menos potencial económico"..Com a previsível atualização da lista de imóveis militares a rentabilizar "e presumindo-se que a Direção-Geral do Tesouro e Finanças em 2019 irá realizar hastas públicas, perspetiva-se um ano de 2019 bastante mais prolífico" que o anterior. lê-se ainda no relatório.