A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) indicou esta sexta-feira que abriu sete processos disciplinares aos militares da GNR suspeitos de agredir e sequestrar imigrantes em Odemira, após o novo inquérito judicial.."Decorrente das investigações realizadas no âmbito do processo judicial em que vieram a ser condenados esses militares [cinco] da GNR, foram conhecidos novos factos que originaram a abertura de novo inquérito judicial no Tribunal Judicial de Odemira e disciplinar na IGAI", refere este organismo que fiscaliza a ação das polícias, numa resposta enviada à Lusa..A IGAI avança que "neste novo inquérito foi proposta a abertura de sete processos disciplinares.".Os três militares reincidentes e acusados novamente num processo judicial de sequestro e agressões a imigrantes em Odemira (Beja) são novamente visados nestes processos disciplinares abertos pela IGAI..Sete militares da Guarda Nacional Republicana são acusados de 33 crimes por alegadamente humilharem e torturarem imigrantes em Odemira, três destes elementos da GNR são reincidentes e já tinham sido condenados a penas suspensas por agressões a imigrantes em 2018..A investigação teve origem em 2019, quando a Polícia Judiciária apreendeu os telemóveis de cinco militares suspeitos de maus-tratos a imigrantes em Odemira, tendo encontrado vídeos e imagens que deram origem a este novo processo..No julgamento, cuja sentença foi lida em julho de 2020, além destes três elementos da GNR, foram também condenados dois outros militares, estando um deles a cumprir uma pena de seis anos..A IGAI refere que os processos disciplinares abertos aos cinco militares condenados em tribunal tiveram como medidas sancionatórias a pena de demissão da GNR para um deles e os restantes penas de suspensão e penas acessórias de transferência compulsiva..Fonte da GNR disse à Lusa que cinco dos sete militares acusados estão a trabalhar normalmente, estando dois dos reincidentes suspensos..O militar acusado no anterior processo ainda está em funções porque a suspensão de funções está a ser discutido no Tribunal Administrativo, segundo o advogado..A maioria dos 33 crimes de que os militares são acusados, ou seja, 28, terão sido cometidos em coautoria material, tendo os restantes cinco sido alegadamente praticados em autoria material..O Ministério Público considera que todos os militares envolvidos no processo agiram por "caprichos torpes", com "desprezo" e "em manifesto ódio" pelas nacionalidades das vítimas da região do Indostão.