Idosos com mais de 80 anos e residentes em lares com prioridade na terceira dose
A administração da terceira dose da vacina contra a covid-19 inicia-se na próxima semana, com prioridade às pessoas com 80 e mais anos e utentes de lares e de cuidados continuados, anunciou esta sexta-feira Graça Freitas, diretora-geral da Saúde.
"Vamos iniciar a terceira dose de reforço a pessoas com 65 ou mais anos, sendo que neste grupo etário a prioridade são as pessoas que têm 80 ou mais anos e as pessoas que são utentes de lares e da rede de cuidados continuados e de outras instituições similares", referiu em conferência de imprensa.
Segundo a responsável da Direção-Geral da Saúde, esta dose de reforço da imunidade "destina-se, nesta fase, às pessoas com mais idade, porque há sempre esta associação entre o fator idade e o fator vulnerabilidade".
A diretora-geral adiantou ainda que esta dose de reforço será administrada a "pessoas que ficaram com imunidade na primeira série vacinal", mas em que, com o passar do tempo, é necessário "passar a imunidade outra vez para o nível ótimo".
Graça Freitas salientou ainda que, relativamente aos imunossuprimidos, já está a ser administrada uma dose adicional da vacina contra o SARS-CoV-2 há algumas semanas.
A Direção-Geral da Saúde anunciou ainda que planeia juntar a vacinação contra a gripe, que já está a decorrer, e a administração da terceira dose da vacina contra a covid-19, para simplificar os dois processos.
"Seria ótimo para as pessoas, porque é muito mais confortável irem uma vez vacinar-se com duas inoculações e também é muito mais fácil para os nossos enfermeiros, para a nossa logística e para os nossos serviços", explicou Graça Freitas.
A ideia é que as pessoas que forem agora chamadas para o reforço da vacinação contra a covid-19 e que sejam também elegíveis para receber a vacina contra a gripe possam ser inoculadas com ambas na mesma altura.
No entanto, explicou Graça Freitas, a decisão está dependente da publicação de uma norma da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a chamada coadministração.
A expectativa da diretora-geral da Saúde é que esse documento seja publicado ainda hoje, no mesmo dia em que será também publicada a norma da DGS sobre a administração da 3.ª dose a pessoas maiores de 65 anos.
Se isso não acontecer até ao início da próxima semana, quando se prevê o arranque do processo, a DGS seguirá com o plano alternativo, que implica um intervalo de 14 dias entre a administração das duas vacinas.
"Ir por um caminho ou ir por outro implica logísticas diferentes", ressalvou Graça Freitas para explicar que ainda não é possível determinar em que dia arrancará a administração da dose de reforço.
Quanto à vacinação contra a gripe, que se iniciou em 27 de setembro com uma primeira fase para residentes, utentes e profissionais de respostas sociais e da rede de cuidados continuados, profissionais de saúde e grávidas, Graça Freitas adiantou que já foram administradas cerca de 130 mil doses, 63 mil das quais em maiores de 80 anos.
Na segunda fase serão integradas as pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, e outros doentes. O processo decorrerá num "esquema misto", ou seja, tanto em centros de saúde como em centros de vacinação instalados para o efeito.
A opção entre ambas decorrerá "das características da população, da densidade populacional, o tamanho dos ACES (Agrupamento de Centros de Saúde), das características dos profissionais", explicou Graça Freitas.
Para o reforço com a terceira dose da vacina contra a covid-19, os utentes poderão começar já hoje a ser convocados e essa convocatória será sequencial, primeiro por SMS e, se necessário, por telefone.
"Os próprios centros de saúde, em proximidade e porque conhecem bem estes utentes, têm mecanismos para os alcançar e convocar e convidar a virem à vacinação", acrescentou a diretora-geral apelando para que os mais velhos "cheguem ao inverno com a sua proteção, quer contra a covid-19, quer contra a gripe, no máximo que a ciência nos permite e o seu sistema imunitário também".