Ibrahimovic abdica de 20 milhões para jogar nos LA Galaxy

Contrato do jogador com a equipa dos Estados Unidos não passa dos 1,2 milhões de euros por temporada, bem longe do que ganhava no Manchester United de José Mourinho
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Numa altura em que cada vez mais os futebolistas e os atletas em geral dão prioridade aos contratos financeiros, a decisão de Zlatan Ibrahimovic não deixa de surpreender: o avançado sueco trocou um salário de 22 milhões de euros/ano no Manchester United pela quantia de 1,2 milhões na MLS, a liga norte-americana de futebol dos Estados Unidos, depois de ter assinado por duas temporadas com os LA Galaxy, transferência ontem oficializada.

Quase a recuperar de uma lesão, que o tem afastado dos relvados na presente temporada, e sem grande espaço nos eleitos de José Mourinho no Manchester United, Ibrahimovic, que terminava contrato no final da época, decidiu aos 36 anos dar um novo rumo à carreira e aceitou o convite da MLS.

Um destino, diga-se, que já estava alinhavado no início desta temporada, mas a grave lesão no joelho, no início de 2017, trocou-lhe as voltas. Acabou por renovar com os red devils, apesar do convite dos LA Galaxy, e viu Romain Alessandrini, Jonathan e Giovani dos Santos roubarem-lhe uma das três vagas de jogador "designado" (atleta estrangeiro que recebe acima do teto salarial dos clubes ), que permitem aos clubes da MLS pagar salários acima do limite que a liga permite - 1,2 milhões de euros/ /ano.

Jogadores como Kaká, que deixou os Orlando City no final da temporada na MLS, ou David Villa, dos New York City, recebiam cerca de 6,6 e 5,6 milhões, respetivamente - eram os mais bem pagos do campeonato norte-americano, com ambos a preencherem as vagas de jogadores designados. Ibrahimovic, contudo, terá de esperar por 2019, alegadamente o seu último ano de contrato com os LA Galaxy, para ver o emblema de Los Angeles aumentar-lhe o salário.

Até lá, aquele que é considerado o melhor jogador de sempre da Suécia terá de viver com "pouco mais" do que recebem os portugueses João Pedro (será colega de Ibrahimovic nos LA Galaxy), Pedro Santos (Columbus Crew), Gerso (Sporting Kansas City ), Rafael Ramos (Chicago Fire) e João Moutinho (Los Angeles FC), que também jogam na primeira divisão dos EUA, e auferem salários entre os 400 e os 800 mil euros/época.

Milhões com contratos de imagem

O contrato de direitos de imagem do jogador, no entanto, não estará incluído nas negociações com o emblema da Califórnia, pelo que Ibrahimovic irá aproveitar para embolsar uns milhões extra e assim equilibrar a balança em relação aos mais de 20 milhões/ano que recebia em Manchester.

Segundo alguns números divulgados de anteriores contratos de patrocínio, o internacional sueco garante todos os anos cerca de 30 milhões de euros em publicidade. Os responsáveis dos Galaxy terão prometido ao avançado novos contratos deste âmbito, segundo noticiou o jornal Los Angeles Times.

Ibrahimovic tinha ofertas de outros emblemas, nomeadamente dos Miami FC, cujo proprietário é David Beckham, mas preferiu rumar a Los Angeles também devido a estes pormenores relativos a direitos de imagem, onde os LA Galaxy, pelo menos no primeiro ano de vínculo, não irão ter direito a qualquer fatia.

O sonho de estar no Mundial

Fontes próximas de Ibrahimovic, citadas por alguns jornais, nomeadamente da Suécia, garantem, contudo, que a principal razão da mudança do avançado para a MLS é a esperança de poder jogar no Campeonato do Mundo, que se realiza em junho e julho na Rússia.

Depois de ter anunciado a reforma da seleção, o jogador poderá, afinal, voltar ao ativo com as cores amarelas durante o Mundial. Não é um dado confirmado, mas o selecionador da Suécia, Jan Andersson, já falou sobre o assunto, ainda que tenha transmitido um recado ao futebolista. "A porta não está fechada, nem pensar, sobretudo para uma competição deste nível. Mas tem de ser realista e honesto com ele próprio. Tem de jogar regularmente para voltar a ser quem era. Mas também estamos à espera de uma resposta dele, até agora tudo o que sei tem sido pela imprensa, mas é claro que seria um reforço importante, se estiver a alto nível", confessou recentemente Jan Andersson.

Com apenas sete partidas realizadas pelo Manchester United na presente temporada, na qual marcou apenas um golo, as hipóteses de ganhar mais ritmo na MLS, um campeonato menos competitivo do que os europeus, poderá ter levado Ibrahimovic a rumar de imediato àquele país, em vez de esperar pelo final da temporada em Inglaterra. "Depois de estar na Europa, ganhar 33 troféus e jogar contra as melhores equipas e jogadores do mundo, quis vir para os EUA para mostrar o meu futebol. Quero que as pessoas desfrutem do meu jogo e vontade de vencer. Elegi o LA Galaxy por isso", referiu o avançado sueco ao jornal Los Angeles Times.

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