"Houdini e Doyle". Dupla improvável de detetives chega ao AXN
O que acontece quando o escritor Arthur Conan Doyle, pai da famosa personagem literária Sherlock Holmes, junta-se a Harry Houdini, um dos maiores mágicos e ilusionistas de todos os tempos? Além de estarem numa constante picardia, ambos vão ajudar a polícia metropolitana de Londres a solucionar crimes inexplicáveis caracterizados por uma componente sobrenatural. Esta é a premissa de Conan e Doyle, série que tem estreia marcada para hoje, às 22.15, no canal AXN, com a emissão de um episódio duplo.
[youtube:c7GJuO9U-ZI]
Numa entrevista exclusiva para o DN em Londres, Stephen Mangan, ator que veste a pele de Sir Arthur Conan Doyle, revelou como foi a sua preparação para esta personagem. "Deixei crescer o bigode (risos) e li alguns livros do Sherlock Holmes, que nunca tinha lido antes. Estou grato por a minha carreira de ator enriquecer os meus conhecimentos literários. Também pesquisei sobre a vida do Arthur Conan Doyle e mais importante do que isso, li os guiões", começou por explicar.
A trama, que tem produção executiva de David Shore, criador do êxito televisivo Dr. House, mostra o conflito entre um escritor, médico e cientista (Doyle) que acredita firmemente no mundo sobrenatural e um ilusionista (Houdini) que contesta tudo que está para além do racional e lógico. E é precisamente o confronto entre estas duas personagens que ajuda a solucionar os crimes investigados pela Scotland Yard. "É uma personagem muito interessante porque é complexa. Ele [Doyle] era cientista, médico, autor de uma das personagens mais icónicas da literatura mundial, tinha uma mente analítica, lógica e racional. Mas ao mesmo tempo ele acredita no mundo paranormal e nos espíritos", explica Stephen Mangan.
Aquele que é considerado o mestre do escapismo vai tentar trocar as voltas às crenças amigo recorrendo a truques que simulam a presença de fantasmas. Entre Houdini e Doyle vai estar a agente da Scotland Yard Adelaide Stratton (Rebecca Liddiard), que vai tentar mediar o conflito entre ambos, tendo simultaneamente de lutar contra o preconceito de ser uma mulher polícia no início do século XX.
O facto de vestir a pele de um dos nomes mais sonantes da literatura mundial não faz com que o ator britânico, de 47 anos, sinta uma responsabilidade acrescida para com os admiradores de Arthur Conan Doyle. "Não pretendo mostrar que ele era desta forma. Estou a representar um papel num drama policial. A minha responsabilidade é sobretudo para com os produtores da série", argumentou, justificando em seguida: "Isto não é um documentário, é ficção".
De entre os pontos fortes desta co-produção canadiana e britânica, Stephen Mangan destaca "a inteligência do argumento", combinada com notas "de humor" e momentos de "pura emoção. Já para não falar da própria produção de Conan e Doyle. "Com esta série o público poder aprender um pouco mais sobre estes dois homens. É um drama policial fascinante, num ritmo muito acelerado. Há um mistério diferente em cada episódio, tem um guarda-roupa deslumbrante, os cenários são fantásticos e conduzem-nos numa verdadeira viagem pelo tempo", realçou.
Quando foi convidado para fazer parte deste projeto televisivo, composto por dez episódios e gravado entre Manchester, Liverpool (Reino Unido) e Toronto (Canadá), o primeiro pensamento que assolou a cabeça de Mangan foi: "O mundo precisa de mais um drama policial?" A resposta foi afirmativa, uma vez que se trata de "uma série que traz uma abordagem diferente ao universo do crime".
O facto de Houdini e Doyle ter produção executiva de David Shore foi um fator decisivo na sua opção de protagonizar esta série. "Quando percebi que o David Shore estava envolvido pensei: "vou fazê-lo". Ele é fantástico, é um homem extremamente inteligente e entende perfeitamente o universo televisivo, sabe como é que as coisas funcionam", começou por explicar. "Estava sempre muito disponível a ouvir as sugestões que eu e o Michael [Weston] tínhamos para sobre as nossas personagens. Faria mais dez temporadas se fosse preciso".
O primeiro crime investigado pela nova dupla de detetives da TV chega hoje. Quem será o assassino? Abracadabra, diria Houdini. Ou elementar, meu caro Watson, na famosa deixa de Sherlock Holmes.