Hospital de Almada não isola doentes com bactérias multiresistentes
No hospital Garcia de Orta, em Almada, há doentes com bactérias multiresistentes que estão misturados com outros doentes, avança hoje o jornal i, que garante ainda que as visitas não usam roupa de proteção. A administração da unidade hospitalar nega a acusação e garante que respeita as as normas nacionais e internacionais.
De acordo com o jornal, há neste hospital seis doentes infetados com bactérias como a E-Coli ou a Klebsiela que estão no mesmo quatro que outros doentes separados apenas por uma cortina de pano, quando as regras internacionais ditam que deveriam estar isolados ou, no mínimo, segundo especialistas consultados pelo i, ter uma cama de intervalo a separá-los. O jornal denuncia ainda o facto de as visitas entrarem nestes quatros sem qualquer equipamento de proteção, como máscara e touca, e publica imagens que alegadamente o comprovam.
O hospital, nomeadamente o serviço Medicina IV (Ginecologia Oncológica) admitiu ao i que os doentes não estão isolados mas defendeu que os casos em questão não o exigem. O Garcia de Orta disse ainda que o uso de equipamento de proteção é obrigatório para quem entra nas salas e que existe um controlo. Fonte do hospital afirmou ainda que cada caso é analisado individualmente e que em nenhum deles é posta em risco a infeção nem de outros doentes nem de familiares e outras visitas
O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, considera a situação "inaceitável" e diz ao i que o diretor clínico e a administração do Garcia de Orta deveriam dar explicações.
Na sequência da notícia do i, a administração do hospital emitiu entretanto um esclarecimento em que reafirma o que já dissera ao jornal: que "todos os procedimentos de prevenção e controlo de infeção estão a ser cumpridos na Instituição de acordo com as normas nacionais e internacionais" e que cada caso é analisado individualmente.
"Este Hospital, sempre que estes casos surgem, faz uma análise cuidada dos mesmos e avalia-os, decidindo se devem ser sujeitos a isolamento físico ou de contacto", diz o comunicado, que garante que, "em nenhum caso, por incúria, é posta em risco a segurança quer de profissionais, quer de familiares ou visitantes."
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A administração diz também que a Direção-Geral de Saúde já está a "proceder a uma avaliação in loco no Hospital sobre esta situação".