O Tribunal São João Novo, no Porto, condenou hoje um homem a 14 anos de prisão por ter matado outro em 2016, que havia conhecido na rede social Tinder, com uma chave inglesa, no Porto..O arguido, de 27 anos, foi ainda condenado a pagar uma indemnização de 50 mil euros à família da vítima, de 45 anos. O processo envolvia um segundo arguido, de 39 anos, marido do agora condenado, mas que acabou absolvido por falta de provas.."É um homicídio gravíssimo. Foi assassinado com pelo menos dez golpes. [O arguido] demonstrou ter um comportamento psicopata", disse o juiz presidente do coletivo..A 24 de maio de 2016, o homicida, que tinha vindo para Portugal para estudar na Universidade de Coimbra, foi a casa da vítima, que havia conhecido na rede social Tinder e com quem mantinha uma relação de proximidade, e matou-o com mais de dez pancadas com uma chave inglesa..O objetivo do homicida era roubar todo o dinheiro das contas bancárias da vítima mortal..A relação dos dois era tão próxima que o arguido tinha a chave de casa da vítima..Depois do crime, o homicida e o marido partiram para o Brasil, de onde são naturais, mas o primeiro acabou detido em novembro de 2016, num regresso a Portugal..O homicida, que no seu testemunho imputou toda a culpa ao marido, com quem está casado desde 2012, foi apelidado pelo juiz de "mentiroso". O magistrado judicial considerou que "mentiu em todas as sessões".."Mentiu como um malabarista, sabemos com toda a certeza que esteve na casa da vítima. Por isso, só ele poderia cometer o crime", frisou..Segundo o magistrado, o homicida matou uma "boa pessoa", que lhe deu as chaves de casa, que o acolheu, pessoa inocente que usou para obter sexo..Mostrou ter uma "grande frieza e dureza", salientou o presidente do coletivo de juízes..Já quanto ao marido do homicida, absolvido, o magistrado adiantou que não há qualquer prova de que ele estivesse no apartamento, sendo o único elemento de prova o seu testemunho..O Ministério Público (MP) adiantou à Lusa que vai recorrer da decisão, por considerar que o homicídio é qualificado e não simples, como foi o entendimento do coletivo.