Hells Angels: secretas identificaram gangues como ameaça à segurança
O Serviço de Informações de Segurança (SIS) identificou as organizações de motards, como a dos Hells Angels, como uma das ameaças graves à segurança nacional. No último Relatório Anual de Segurança Interna é revelado que, no ano de 2017, estes motards - designados de "bikers um por cento" à margem da lei - se destacaram nas atividades ligadas à diversão noturna.
"Um dos principais grupos identificados com agentes de ameaça neste setor são os denominados biker 1%, sobretudo, porque não hesitam em recorrer ao uso da força para se imporem no meio e para extorquirem os proprietários dos estabelecimentos". Por outro lado, acrescentavam os serviços de informações, "os clubes bikers Motorcycle Club 1% constituem ainda uma preocupação securitária acrescida pelas outras atividades criminosas que praticam".
Entre estes grupos os Hells Angels, os Outlaws e os Bandidos, são destacados pela Europol. Os últimos estarão a tentar instalar-se também em Portugal, tendo como principal promotor Mário Machado, atualmente em liberdade condicional depois de estar cerca de 10 anos na cadeia por vários crimes graves, como ofensas à integridade física graves, extorsão, posse se ilegal de armas, entre outros. Mário Machado, que se candidatou recentemente à liderança da Juve Leo, a principal claque do Sporting, foi o líder da fação mais perigosa dos cabeças rapadas - "Portuguese Hammerskins" - e esteve também detido por crimes relacionados com xenofobia e racismo.
Em março passado, os Hells Angels atacaram no Prior Velho um grupo dos Bandidos, onde estava Mário Machado. Este episódio acabou por acelerar a investigação da PJ que já tinha começado em 2016.
Desde 1947
A designação bikers 1% foi adotada em 1947, na Califórnia, de onde são originários os Hells Angels, em reação a um grave incidente, com álcool, lutas e muitos feridos, que ficou conhecido como o "Motim de Hollister". A Associação Americana de Motociclistas veio garantir que "99% dos motards eram bons, decentes e cumpridores da lei" o que provocou uma reação imediata de várias organizações a declararem-se com fazendo parte do 1% dos que não se identificavam com essas características. Muitos destes motoqueiros usam mesmo um emblema com essa designação inscrita numa forma de diamante, que é valorizada no grupo.