Hammerskins. Acórdão do julgamento marcado para 27 de junho

Ministério Público pediu a condenação dos 27 arguidos, embora tenha deixado cair alguns dos crimes de que vinham pronunciados Hugo Magriço e João Vaz, entre outros dos acusados.
Publicado a
Atualizado a

A leitura do acórdão do julgamento do processo dos Hammerskins foi esta quarta-feira marcada para 27 de junho no Juízo Central Criminal de Lisboa, após a conclusão das alegações finais, indicou à Lusa fonte ligada ao processo.

Segundo a mesma fonte, a leitura da decisão do coletivo de juízes, presidido por Noé Bettencourt, está prevista para as 14:00.

As alegações finais do julgamento iniciaram-se na terça-feira, com a procuradora do Ministério Público (MP) Rita Brandão a pedir a condenação dos 27 arguidos, embora deixando cair alguns dos crimes de que vinham pronunciados Hugo Magriço e João Vaz, entre outros dos acusados.

Nesse dia, vários advogados de defesa pediram a absolvição dos seus constituintes, contestando o crime de discriminação racial e outros ilícitos imputados aos arguidos, admitindo, em alguns casos, apenas posse de arma proibida ou de estupefacientes.

Os advogados criticaram, na altura, o que consideram ter sido uma "acusação tardia", que levou a que o julgamento se realizasse volvidos oito anos sobre os factos acusatórios.

Por seu lado, os advogados dos ofendidos pediram, nas alegações finais, a condenação integral dos arguidos a quem o MP imputa a participação nos atos de agressão e tentativa de homicídio, entre outros crimes, pedindo ainda que sejam condenados por danos morais e patrimoniais.

Os 27 arguidos foram julgados por crimes de ódio racial e sexual, ofensas corporais, incitamento à violência, tentativa de homicídio, tráfico de droga e posse de arma proibida.

Os arguidos conotados com o movimento Portugal Hammerskins (PHS) -- grupo que exalta a superioridade branca -- estão acusados pelo MP de terem agredido violentamente várias pessoas na zona da Grande Lisboa, entre homossexuais, imigrantes e militantes comunistas.

Segundo o MP, ficou "suficientemente indiciado que os arguidos agiram com o propósito de pertencer a um grupo que exaltava a superioridade da 'raça' branca face às demais raças, sabendo que, pertencendo a tal grupo deveriam desenvolver ações violentas contra as minorias raciais, assim como contra todos aqueles que tivessem orientações sexuais e políticas diferentes das suas".

"Imbuídos de tal ideologia, desde pelo menos 10 de junho de 2015, os arguidos passaram a atuar de acordo com a mesma, agredindo e ofendendo pessoas com ideais políticos, raça, religião ou orientação sexual distintos dos seus e incentivando ao ódio e à violência contra aqueles", diz a acusação.

Uma das situações descritas na acusação e que data de 2015 são os insultos e as agressões que incidiram sobre um militante do PCP que saía de um comício daquele partido e que trazia uma bandeira da CDU.

Este grupo foi desmantelado no decorrer de uma operação da Unidade Nacional Contraterrorismo da Polícia Judiciária (PJ) em 2016.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt