Rt aumenta para 0,93. Internados em UCI sobem após 41 dias a descer
O boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) indica que Portugal registou, nas últimas 24 horas, 5 mortes e 488 casos de covid-19. O relatório diário desta sexta-feira (26 de março) dá conta que há agora 669 doentes internados, dos quais 155 estão em unidades de cuidados intensivos. É mais um doente que ontem, o que quebra a tendência de decréscimo que se verificava há 41 dias. Ainda assim, é preciso recuar a 18 de outubro para encontrar um número equivalente de internados em UCI.
No que se refere às hospitalizações, há menos 26 que nas 24 horas anteriores. O número de internados está agora a um nível equivalente a 3 de outubro.
Também o número de óbitos é o mais baixo em seis meses - desde 10 de outubro, dia que contou o mesmo número de mortes desta sexta-feira.
Atualmente, o país tem 31 540 casos ativos da doença provocada pelo novo coronavírus, segundo a DGS. São menos 408 que no dia anterior. Recuperaram da covid-19 um total de 891 pessoas.
Já quanto ao R(t) - o índice de transmissibilidade - que foi atualizado esta sexta-feira, subiu para 0,93 em Portugal, 0,92 no continente. Na última quarta-feira, data da última atualização, estava, em ambos os casos, nos 0,91.
Mas o segundo indicador traz boas notícias. A taxa de incidência está nos 75,7 considerando a totalidade do país, 66,8 no continente. Números que representam uma descida face aos últimos dados - 77,6 em Portugal, 67,7 no continente.
Estes são os dois indicadores que, em conjugação, ditarão se o desconfinamento prossegue nos moldes previstos. Na manhã desta sexta-feira, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, destacou que, com uma incidência de novos casos muito baixa, "temos mais margem de viver com pequenas alterações ao Rt".
Mariana Vieira da Silva clarificou que há margens de atuação mesmo com a subida de um dos indicadores além dos máximos estabelecidos pelo governo: 120 casos por 100 mil habitantes e um Rt de 1. "Há zonas verdes para lá do 1, quando as incidências estão muito baixas, e há zonas verdes acima de 120, quando o Rt é menor do que 1. Isso permite visualizar que com incidências muito baixas - e nós temos neste momento menos de 70 casos por 100 mil habitantes - temos mais margem de viver com pequenas alterações ao Rt do que se tivéssemos incidências grandes", observou.
Em termos geográficos, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a concentrar o maior número de casos - foram 210, 43% do total do país. Conta também dois óbitos, tal como a região centro (que tem 53 novos casos). O norte volta a não registar qualquer morte, pelo segundo dia consecutivo, contando 120 novos casos.
No Alentejo, há 52 novos casos e um óbito. O Algarve registou oito contágios nas últimas 24 horas.
Quanto às regiões autónomas, os Açores têm 11 novos casos e a Madeira 34.
Dados atualizados da evolução da pandemia no dia em que começou a vigorar a proibição de circulação entre concelhos em território continental, medida que se estende até à segunda-feira (5 de abril) após a Páscoa.
Após o Conselho de Ministros, o Executivo liderado por António Costa anunciou o prolongamento das atuais regras em vigor no plano de desconfinamento.
"O Governo hoje decidiu de forma eletrónica prorrogar o atual decreto até 5 de abril e decidir apenas quais são as regras a partir de 5 de abril no próximo dia 1 de abril, na próxima quinta-feira. Significa que vamos decidir com base em dados mais atuais e mais próximos da realidade nesse dia. Esta é uma decisão de cautela e de alerta quanto às condições que temos de garantir para poder prosseguir o plano de desconfinamento", afirmou a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.
Nesta sexta-feira foram também conhecidos os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) dando conta do efeito da pandemia na economia nacional. Informa o INE que o défice orçamental público de 2020 ficou em 5,7% do produto interno bruto (PIB), ou seja, muito abaixo dos números mais dramáticos que o governo aventou para o desequilíbrio orçamental.
Ao longo do ano passado, o ministro das Finanças chegou a dizer que o défice de 2020 seria superior a 7%, muito por causa de medidas impostas pela oposição. Depois baixou a projeção para, ainda assim, 6,3%.
Para este ano, informa o INE, o Ministério das Finanças mantém, para já, a meta de 4,3% que está no Orçamento do Estado de 2021, mas o valor deverá ser revisto em meados de abril no Programa de Estabilidade.