Há 4500 anos os homens da Península Ibérica foram mortos e substituídos por invasores

Estudo de Harvard indica que o povo invasor foi responsável por quase toda a descendência a partir dessa data. Traços genéticos indicam o mesmo, incluindo uma "substituição completa do cromossoma Y"
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Há cerca de 4500 anos, uma invasão exterminou praticamente todos os homens da Península Ibérica, fazendo com que os modernos habitantes de Portugal e Espanha descendam quase exclusivamente dos invasores. O estudo vem de Harvard e é dirigido por David Reich, que explicou as conclusões num evento da New Scientist .

Reich explicou que a cultura invasora provinha do Cáucaso e do litoral norte do Mar Negro, por volta do final da Idade do Cobre e início da Idade do Bronze. "Os invasores estendiam-se por um vasto território, da Mongólia até à Europa, e são os contribuintes primários mais importantes para os europeus de hoje", afirmou David Reich, citado pela Europa Press.

As conclusões surgem a partir de um estudo genético, em que a equipa encontrou uma "mudança dramática nos cromossomas Y" (que apenas estão presentes nos homens). "Houve uma substituição completa do cromossoma Y. Isto significa que os recém-chegados tiveram acesso preferencial às mulheres locais uma e outra vez", acrescentou o investigador.

Os invasores, que chegaram pouco depois de a roda ser inventada e o cavalo domesticado, viviam da terra e conseguiam transportar grandes quantidades de provisões, o que lhes permitiu andar com muitos animais e enfrentar as alturas e as dificuldades.

Tanto assim foi que, segundo o N+1, vários povos que viviam nas montanhas foram substituídos de uma forma homogénea pelo povo que ocupou a Península Ibérica.

"O choque entre os povos não foi amigável, nem equilibrado. Os homens foram totalmente substituídos quase por completo e as mulheres escravizadas", disse também David Reich, citado pela Europa Press.

Diz o geneticista que apenas após a chegada deste povo os genes antigos encontrados e estudados passaram a parecer-se mais com os dos europeus modernos.

E não só, o investigador também sugere que a maioria das línguas europeias modernas foi trazida pela primeira vez para contexto europeu pelos invasores.

Como fator significativo da expansão existe também a produção de jarros e vasos de cariz religioso, que se faziam no que é agora Espanha, e que foi adotada pelo povo que invadiu a Europa e a Península Ibérica, acabando por se tornar uma marca do seu crescimento.

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