Guitarra e pargo no prato encantam
Numa manhã de Sol, ontem, na Praia da Rocha, em Portimão, foram as esculturas dos participantes no tradicional concurso Construções na Areia que mais brilharam. É que em poucos minutos começaram a surgir polvos, tartarugas, sereias, castelos, caranguejos, guitarras, barcos, o livro de Os Lusíadas, um queijo da serra da Estrela com pão, peixes, um porco-espinho, urso, vulcão, igreja, uma casa antiga com turistas ao sol no quintal e até um supermercado à beira da estrada e junto ao mar, entre outros trabalhos.
E para refrescar o ambiente, houve quem tivesse a ideia de moldar um gelado-sanduíche e uma garrafa de cerveja com tremoços. "Ó filho, junta mais a areia para se ver melhor o teu desenho", sugeria a mãe de um concorrente. No escalão A (seis aos dez anos), acabou por ser a guitarra com canas e espigas, de Robin Vieira, a ganhar. Já no escalão B (11 aos 14 anos), um pargo grande pronto a comer no prato e até com o rabinho de fora, esculpido por Annika Kethers, residente em Dusseldorf, na Alemanha, foi o vencedor, deixando muita gente encantada e... com apetite para o almoço.
Habitual vencedora noutros anos, até pensava numa sereia. "Quando chegámos aqui de férias, ao vermos o tema obrigatório Made in Portugal, decidimos fazer o pargo. E ela adora o peixinho", contou a mãe, Zita, portuguesa. O pai, Klaus, alemão, acrescentou: "O peixe é de Portimão e ainda há o pormenor do prato, que embora de areia simboliza um de barro de Alcobaça." E a fazer jus à disciplina e exigência germânicas, para chegar ao sucesso deixou logo o aviso à filha: "Vais começar a treinar para a final, já."
"A volumetria, a estética, a originalidade das obras, além do empenho dos participantes" foram factores que contribuíram para a escolha dos vencedores por parte do júri: Arnaldo Saavedra e Maria Dulce Margarido, ambos professores de Artes, Fernanda Marcelino, professora de Física e Química, todos em Portimão.